02/02/2005 16h12 – Atualizado em 02/02/2005 16h12
Folha Online
Por meio de uma nota divulgada hoje, o Ministério Público do Estado de São Paulo manifestou “absoluto repúdio” à afirmação do deputado federal Professor Luizinho (PT-SP) de que “sempre se acha um promotor para fazer um trabalho sujo”.
O deputado se referiu à atuação do então promotor de Justiça, e hoje procurador de Justiça, Drausio Lúcio Barreto, nas investigações realizadas em 1989 no “Caso Lubeca”.
Pelo caso, a então prefeitura paulistana do PT teria pedido “patrocínio” financeiro da incorporadora Lubeca para a campanha presidencial do partido, cujo candidato, na época, era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em troca, a empresa buscava a aprovação de um projeto urbanístico avaliado em US$ 600 milhões que estava emperrado na prefeitura. O caso voltou à tona depois que a Folha publicou, anteontem, trechos inéditos de uma gravação entre Eduardo Carnelós, ex-assessor jurídico do deputado federal e candidato à presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), quando este era secretário de Luiza Erundina, e José Firmo Ferraz Filho, já na época apontado como o intermediário do petista. Carnelós gravou a conversa sem o conhecimento de seu interlocutor.
Leia a integra da nota
A nota do Ministério Público diz que “a afirmação do deputado federal Professor Luizinho é, ademais, inaceitável e anômala, por pretender atingir a honra do próprio Ministério Público do Estado de São Paulo, procurando envolvê-lo em uma disputa eleitoral –à presidência da Câmara dos Deputados– absolutamente alheia às atribuições conferidas à Instituição pela Constituição da República”.
Afirma ainda que Barreto ” merecedor de todo o apoio do Ministério Público do Estado de São Paulo, tendo-se pautado segundo os princípios que caracterizam a Instituição –parcialidade, apartidarismo e comprometimento exclusivo com a lei e os interesses da sociedade”.