26/09/2005 15h25 – Atualizado em 26/09/2005 15h25
Aquidauana News
A Fifa não irá se intrometer no escândalo de arbitragem do futebol brasileiro. Ela entende que as federações responsáveis pelas competições é quem devem tomar as medidas cabíveis. Nem a fraude em jogo da Libertadores, torneio internacional que aponta um representante no Mundial de Clubes, será revista pela entidade.”Quando é competição brasileira, a responsabilidade é da federação brasileira [CBF]. Quando é torneio sul-americano, é da Conmebol. A Fifa não se envolve nisso”, disse à Folha Markus Siegler, diretor de comunicação da Fifa.Edilson Pereira de Carvalho apitou dois jogos na Libertadores e confessou ter manipulado o resultado de Banfield (ARG) 3×2 Alianza Lima (PER) –ajudou o time argentino na primeira fase.Se essa partida fosse anulada, o Banfield ficaria com oito pontos em sua chave e poderia ser alcançado pelo time peruano na repetição do jogo –o Banfield avançou até as quartas-de-final, quando caiu diante do River Plate.O porta-voz da entidade que rege o futebol mundial disse que o caso deve ter o mesmo rumo do escândalo recente no futebol alemão –foi aberto processo contra 25 pessoas por causa da manipulação de partidas na Alemanha, que teve por trás a máfia croata.”Foi a federação alemã, e não a Fifa, que agiu nesse caso”, afirmou Siegler. Como no episódio brasileiro, o árbitro-pivô do caso, Robert Hoyzer, acabou sendo preso -o escândalo alemão também passava por casa de apostas.O Hamburgo, prejudicado em jogo da Copa da Alemanha, recebeu compensação financeira como vítima do caso –2 milhões de euros.O tribunal da federação alemã analisou todos os jogos sob suspeita e validou alguns deles, como Kaiserlautern 3×0 Freiburg e Schalke 04 2×2 Hansa Rostock.Após o caso na Alemanha, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse à revista “Kicker” que o ideal, para evitar esse tipo de escândalo, seria pagar aos árbitros altos salários. “Seria uma solução. Digo isso há dez anos”, afirmou o suíço, que sugeriu 100 mil euros por ano (uns R$ 272 mil) aos juízes.