29/09/2005 10h10 – Atualizado em 29/09/2005 10h10
Midiamax News
A Justiça Pública – ainda na esfera policial – indiciou por homicídio doloso seis pessoas no inquérito de investigação das mortes de Murilo Boarin Alcalde e Eliane Ortiz, ambos de 22 anos, cujos corpos foram encontrados no quarto 42 do Motel Chega Mais, em Campo Grande, no dia 21 de junho deste ano. Na prática o indiciamento significa que, mesmo não tendo provas, há indícios de participação direta ou indireta no caso. Entre os indiciados estão policiais militares, a proprietária da boate Mariza’s American Bar e dois clientes da casa. Consta no inquérito as iniciais do cabo PM Adriano de Araújo Melo, do serviço reservado da Policia Militar, do sargento PM Getúlio Morelli dos Santos, da Cipmac (Companhia Independente de Policiamento Metropolitano da Capital), de Mariza Fátima dos Santos, proprietária da boate, Jorge da Silva, porteiro da boate, de Júlio César Ferreira de Souza e Marcelo Fernandes de Melo, ambos clientes da boate. Com exceção de Morelli, todos os outros conseguiram reverter a prisão temporária por meio de habeas corpus. A detenção dele foi considerada válida, pois o sangue encontrado no quarto do motel é compatível com material genético do policial, conforme teste de DNA. O processo foi remetido ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) no dia 15 de agosto, mas ainda não está concluso para o juiz, mas por conta de pedido de diligências de exames de DNAs e, posteriormente, o pedido de prisão temporária. Conforme informações policiais, mesmo sem provas, o indiciamento é necessário por conta das provas circunstanciais que indicam a participação dos citados. Um dos exemplos é o do cabo PM Adriano de Araújo, freqüentador da boate e que, segundo informações preliminares, teria aliciado Eliane Ortiz para a prostituição. Marcelo Fernandes era cliente e estava presente na boate na noite de 20 de junho, juntamente com Júlio César, último local em que o casal foi visto. Os seis indiciados foram retirados de uma lista de 13 pessoas presas no último dia 15 de setembro, quando foram detidos Antônio Cândido Neto, o filho dele, Antônio Marcos Cândido, o sobrinho dele, Francisco Duarte Couto, os funcionários Darlene Ribeiro da Silva, Fernanda Alexandra, Judite dos Reis Pereira e Mário Sérgio Borges. Segundo os laudos, Eliane Ortiz era garota de programa e foi encontrada morta, de bruços, na cama do motel, e os exames indicaram morte por estrangulamento, enquanto Murilo Boarin Alcalde, possivelmente, teria morrido por asfixia. O caso foi tumultuado desde o início e o comando das investigações passou das mãos do delegado José Luiz Sotolani para o delegado Eduardo Tebet, que atua agora com auxílio de força-tarefa, com mais três delegados.