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sábado, 28 de junho de 2025

Jornalista do NY Times rompe silêncio sobre fonte

30/09/2005 15h09 – Atualizado em 30/09/2005 15h09

Reuters

Encerrando seu impasse com procuradores federais após quase três meses de prisão, a jornalista Judith Miller, do New York Times, compareceu na sexta-feira ao tribunal federal que investiga quem revelou a ela a identidade de uma agente secreta da CIA. Miller aceitou romper o silêncio depois de receber autorização da sua fonte para revelar sua identidade. Trata-se de Lewis Libby, chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney. Advogados ligados ao caso disseram que o depoimento de Miller pode permitir que o procurador Patrick Fitzgerald encerre seus dois anos de investigação sobre quem no governo Bush divulgou a identidade do agente Valerie Plame e se alguma lei foi violada. O resultado do inquérito pode prejudicar o governo Bush, já abalado pelas críticas relativas ao furacão Katrina e ao indiciamento do líder republicano na Câmara, Tom DeLay, na quarta-feira. Durante meses, a Casa Branca negou que Karl Rove, o principal assessor político de Bush, ou Libby tivessem algo a ver com o vazamento da informação. Miller foi presa em 6 de julho, embora nunca tenha escrito nada sobre o caso Plame. Ao chegar ao tribunal, na sexta-feira, ela não falou com os colegas da imprensa. Na véspera, ela havia sido solta do Centro de Detenção de Alexandria, nos arredores de Washington, depois que ela e seus advogados concluíram um acordo com Fitzgerald sobre a amplitude de seu depoimento. O gabinete de Cheney prometeu colaborar com a investigação, que agora envolve Libby. Já Robert Luskin, advogado de Rove, disse que seu cliente não está envolvido e não foi contatado por Fitzgerald. Fontes judiciais disseram que Miller estava sob crescente pressão para falar, porque do contrário Fitzgerald poderia buscar uma pena ainda maior contra ela. O procurador já havia garantido a cooperação do repórter Matthew Cooper, da revista Time, que aceitou depor depois de receber ¿um consentimento pessoal expresso¿ da sua fonte para revelar sua identidade. Cooper disse ao tribunal que Rove foi a primeira pessoa a lhe falar de Plame, embora sem revelar o nome da agente. Cooper disse ainda que comentou sobre Plame e seu marido, o ex-diplomata Joseph Wilson, com Libby. O colunista Robert Novak, publicado por vários jornais, divulgou a identidade de Plame em 14 de julho de 2003, citando duas fontes do governo. Pouco antes, Wilson publicara no New York Times um artigo acusando o governo de distorcer informações sobre o Iraque. Segundo o Times, Miller se encontrou com Libby em 8 de julho de 2003 e voltou a falar com ele por telefone naquela semana. O marido de Plame considera que o vazamento da identidade de sua mulher tinha por objetivo desacreditar suas críticas a Bush. Bush inicialmente prometeu demitir o responsável pela informação sigilosa, mas em julho o presidente foi mais claro. “Se alguém cometeu um crime, não vai mais trabalhar no meu governo”, disse. Democratas influentes pediram a cabeça de Rove, o arquiteto das duas vitórias eleitorais do presidente e atualmente seu vice-chefe de gabinete, ou então que ele não tenha mais acesso a informações sigilosas. Os advogados de Rove garantem que ele não fez nada de errado.

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