03/10/2005 09h38 – Atualizado em 03/10/2005 09h38
Agora MS
No centro do atual escândalo político, a DNA Propaganda, que ostentava o título de maior agência de publicidade de Minas Gerais, vai encerrar suas atividades, segundo informou o presidente da empresa, Francisco Castilho. A DNA tinha como sócio o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza (o distrato societário está sendo concluído) e tombou depois que se viu envolvida na crise do “mensalão” e denúncias de financiamentos irregulares a campanhas eleitorais.
“O futuro da DNA é sombrio, se é que há futuro. A DNA perdeu, praticamente, todos os seus clientes. A empresa está sendo desativada”, admitiu Castilho na última semana.
Dos 76 funcionários da DNA em Belo Horizonte, pelo menos a metade não trabalha mais na agência, que já havia demitido 34 de seus 39 funcionários da filial de Brasília. Os empregados restantes estariam cumprindo aviso prévio. Fundada em 1982, a DNA apresentou um crescimento acumulado de 107,3% nos últimos quatro anos.
Apesar do fim das atividades, a marca e o CNPJ serão mantidos, pois a agência responde a processos na Justiça. A empresa, por exemplo, contesta judicialmente uma multa de R$ 63,2 milhões aplicada pela Receita Federal e sofre ação de execução movida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que cobra dívidas previdenciárias no valor total de R$ 9,608 milhões.
A Justiça Federal em Minas Gerais havia determinado o bloqueio das contas bancárias da DNA e que os créditos a receber pela agência fossem depositados em juízo para a substituição, a pedido do INSS, da garantia dada para cobrir as dívidas previdenciárias – seis propriedades rurais na Bahia, no nome da agência, suspeitas de serem fictícias. A 23ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte acatou recurso apresentado pela DNA, retendo apenas o bloqueio da comissão da empresa, que varia de 8% a 15% do contrato publicitário.