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terça-feira, 1 de julho de 2025

Antigo remédio contra a malária será reutilizado

04/10/2005 08h39 – Atualizado em 04/10/2005 08h39

AFP

A cloroquina, droga que esteve na linha de frente do combate à malária, mas se tornou inócua por ter desenvolvido resistência, poderá ser resgatada em combinação com outro medicamento de baixo custo, segundo um artigo que será publicado na edição de sábado do semanário New Scientist.A droga foi introduzida em 1950 nas áreas afetadas pela doença e teve grande sucesso. Mas com o passar dos anos, tornou-se praticamente sem uso porque o parasita causador da doença, o Plasmodium falciparum, se tornou resistente a ela. Em seu lugar surgiu a artemisinina, medicação derivada de uma erva chinesa altamente eficaz, porém cerca de 20 vezes mais cara que a cloroquina. O custo do tratamento chega a mais de US$ 2,4, valor excessivo para os escassos recursos dos muitos doentes da África. A cloroquina, no entanto, pode voltar a viver seus dias de glória em combinação com a primaquina, uma droga normalmente usada contra uma forma mais moderada da malária, causada por outro parasita, o Plasmodium vivax. Sozinha, a primaquina não tem efeito no Plasmodium falciparum. Mas quando combinada com a cloroquina em testes de laboratórios, os resultados foram notáveis, segundo o artigo. “Se juntamos a cloroquina e a primaquina na concentração certa em laboratório, (a combinação) se torna tão eficaz em parasitas resistentes à cloroquina quanto a cloroquina é em parasitas sensíveis”, disse o chefe da pesquisa, Leann Tilley, da Universidade La Trobe de Melbourne, Austrália, citado pela revista. Parasitas resistentes são capazes de evadir a cloroquina graças a uma molécula mutante de “transporte” que faz com que grande parte da droga passe pela membrana porosa de seu trato digestivo. Como resultado, o parasita absorve apenas uma pequena quantidade do medicamento. A equipe de Tilley acredita que a primaquina age bloqueando os poros, permitindo que uma quantidade suficiente de cloroquina permaneça no trato digestivo do parasita, matando-o. A terapia combinada será testada em breve em campo, provavelmente na Indonésia. Se funcionar, o tratamento poderá custar apenas US$ 0,25. Dois milhões de pessoas morrem por ano de malária e cerca de meio milhão sofrem com seus sintomas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 6 de setembro, a OMS instou os países a serem extremamente vigilantes no uso de drogas com base na artemisinina, temendo que estes preciosos medicamentos também possam ser presas da resistência caso sejam usados inadequadamente.

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