04/10/2005 10h35 – Atualizado em 04/10/2005 10h35
Folha de S. Paulo
Tipicamente brasileira, a cachaça é uma das bebidas mais consumidas no país. Os conhecimentos sobre o processo produtivo costumam ser transmitidos de pai para filho, mas o mercado industrial começou a exigir profissionais mais capacitados. Daí os maiores entendedores não serem mais os que apenas saboreiam a “branquinha”, mas os que fazem o curso de tecnologia em produção de cachaça, da Escola Agrotécnica de Salinas (MG).Mas não é só a pinga que ganhou curso superior. O vinho e a confeitaria também são alvos de análises teóricas das faculdades.Em Salinas (a 680 km de Belo Horizonte), na região norte de Minas, a idéia do curso relacionado à cachaça surgiu, em 2002, da necessidade dos cerca de 40 produtores do município. “O aluno sai capacitado a trabalhar em toda a cadeia produtiva da cachaça. No preparo do solo, em embalagem, na análise físico-química e até na certificação”, afirma o coordenador do curso, Oscar William Barbosa Fernandes.O curso, no entanto, não é o primeiro relacionado a bebidas. Uma das inspirações para sua criação foi o de tecnologia em viticultura e enologia do Cefet-RS (Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Sul). Criado em 1995, ele funciona em Bento Gonçalves, município turístico a 125 km de Porto Alegre.”Com os vinhos finos, surgiu a necessidade de um curso de nível superior”, diz o coordenador, Jesus Rosemar Borges. “Além de conhecimentos técnicos da produção, os alunos aprendem gerenciamento de empresas e marketing para divulgar o produto.””A escolha partiu de tradição de família. Fiz algumas matérias de bioquímica, medicina e automatização industrial, mas não concluí esses cursos. Aí encontrei a opção”, conta João Felippeto, 37. “Agora meu interesse é pesquisar, fazer mestrado na área.”Em Santa Catarina, na Universidade do Vale do Itajaí, em Balneário Camboriú (a 80 km de Florianópolis), há curso de gastronomia com uma especialidade de chef de cozinha diferenciada: a do “chef pâtissier”, que trabalha na confeitaria e na panificação.”Na França é muito comum o curso de pâtissier. A parte de confeitaria exige muita técnica”, diz o coordenador do curso, Rodolfo Wendhausen Krause.