05/10/2005 17h13 – Atualizado em 05/10/2005 17h13
Agora MS
Em depoimento na CPI do Mensalão, o diretor financeiro do Ministério dos Transportes na gestão de Anderson Adauto, José Luiz Alves, admitiu que sacou R$ 200 mil das contas do empresário Marcos Valério de Souza. Alves, no entanto, é acusado de ter sacado R$ 1 milhão entre junho de 2003 e janeiro de 2004.O ex-diretor disse que fez quatro saques a pedido do então ministro dos Transportes, Anderson Adauto. O dinheiro, segundo ele, destinava-se ao pagamento de dívidas da campanha de Adauto à Câmara dos Deputados em 2002. Segundo o depoente, Anderson Adauto procurou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pediu ajuda para pagar contas do período eleitoral. Delúbio, então, teria orientado Marcos Valério para que providenciasse o dinheiro. Alves afirmou, inclusive, que toda a movimentação estava registrada no Imposto de Renda (IR) do ex-ministro. Os parlamentares da comissão, porém, argumentaram que não é possível fazer o registro de dívidas de campanha no IR. O dinheiro, disseram, teria sido para pagar contas pessoais. Na comissão, José Luiz Alves explicou que esteve cinco vezes na agência do Banco Rural em Brasília. A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), a partir de documentação do banco, porém, disse que o ex-diretor foi sete vezes à agência.Além disso, a partir da quebra de sigilo telefônico, Zulaiê lembrou que Alves entrou em contato 17 vezes com a SMPB, empresa que tem Marcos Valério como sócio. A deputada disse ainda que Marcos Valério havia informado que Alves recebeu 16 contribuições, totalizando R$ 1 milhão.
