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terça-feira, 3 de junho de 2025

Presa quadrilha que resgataria presos

09/11/2005 11h16 – Atualizado em 09/11/2005 11h16

Folha da Região

Um verdadeiro arsenal formado por cerca 15 armas de grosso calibre e aproximadamente 5 mil munições foi apreendido na madrugada de ontem, em Araçatuba. Seis pessoas, sendo quatro homens e duas mulheres, foram presas acusadas de porte de armas e formação de quadrilha. Segundo a polícia, o grupo pretendia resgatar dois presos que cumprem pena na penitenciária de segurança máxima de Mirandópolis. Um deles seria o araçatubense Edgar do Santos Silva, o Edgarzinho, considerado um dos maiores assaltantes do estado. Ele foi condenado a 10 anos de prisão por participação no roubo de R$ 1,7 milhão da empresa de segurança Protege, ocorrido em 1997. O outro seria João Batista de Almeida.O armamento foi encontrado na casa do advogado criminalista José Molina Neto. Parte estava escondida na lataria de uma caminhonete Saveiro, estacionada na garagem. Molina Neto não estava em casa, mas negou, por meio de seu advogado, qualquer envolvimento com a quadrilha. Os presos são de São Paulo, Campinas e Andradina. O resgate aconteceria na semana que vem, segundo apurou a polícia. Desde sábado, a PM vinha recebendo denúncias anônimas de que poderia haver resgate de presos na região. A quadrilha começou a ser desmantelada na noite de anteontem, após uma abordagem de rotina na rodovia Marechal Rondon (SP-300), na altura do quilômetro 545, no sentido Araçatuba a Guararapes. No local, uma equipe da Força Tática da PM encontrou um Fiesta quebrado no acostamento com quatro homens identificados como Sandro José de Souza, 35 anos, que é de São Paulo; Tiago Neris Ribeiro, 18; Edvan Rodrigues da Silva, 20, e Tiago Alencar Souza, 21, de Andradina. Ao dar informações a respeito de onde estavam e para onde iriam, os quatro passaram a cair em contradição. Os policiais desconfiaram que havia algo de estranho. Os rapazes disseram que estavam vindo de um churrasco ocorrido numa chácara de Araçatuba. Os policiais descobriram a localização da propriedade e lá encontraram duas mulheres, Viviane Cristina de Paulo, 26, de Campinas, e Daltineia da Rocha Santana, 19, de São Paulo. O sargento João Carlos Spadim, que comandava a guarnição da PM, disse que não teve dúvidas que a intenção do grupo era praticar algum tipo de crime na região. Após falar com as garotas separadamente, elas teriam confessado aos PMs todo o esquema da quadrilha. Disseram que todos estavam empenhados em resgatar os dois presos na penitenciária de Mirandópolis. A PM tinha recebido informações anônimas no dia anterior dando conta de que uma quadrilha havia escondido armamento pesado na cidade. A Saveiro que estava na casa de Molina Neto estava recheado com quatro metralhadoras, quatro fuzis, uma pistola 380 com mira laser, duas granadas e um lançador de granadas. Segundo a polícia, foram apreendidas armas sofisticadas como dois fuzis HK 63 de fabricação chinesa e um fuzil AR-15 americano. No carro também havia rádios comunicadores, que segundo a PM possivelmente seriam utilizados durante a ação de resgate. Após o encontro das armas, os seis acusados foram presos. A PM descobriu que o filho de Edgar, Willian Aparecido da Silva, 18 anos, teve ligação direta com o grupo em Araçatuba. De acordo com o sargento, Willian teria visitado uma chácara alugada pela quadrilha no fim de semana, onde foi apreendido um caminhão com várias caixas na carroceria escondendo um espaço onde os presos ficariam durante o transporte. Os acusados disseram na delegacia que o armamento seria usado em um assalto a carro-forte. A polícia não acredita nessa versão. De acordo com o advogado Luiz Raphael Arello, que defende Molina Neto, seu cliente não tem ligação com o bando. Molina estaria em Florianópolis, (SC), acompanhando uma audiência.

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