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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Bomba transforma casamento em banho de sangue na Jordânia

10/11/2005 13h56 – Atualizado em 10/11/2005 13h56

Reuters

Ashraf al Akhras comemorava seu casamento ao lado de amigos e parentes na noite de quarta-feira quando uma bomba devastou um luxuoso hotel de Amã, matando dez de seus familiares e transformando o salão de banquetes em um cenário de desespero ao invés de alegria. O pai e nove outros parentes de Akhras morreram no atentando, que ocorreu de forma sincronizada com duas outras explosões em hotéis da capital da Jordânia. Ao todo, os ataques deixaram 57 vítimas fatais. “Eu estava me casando, era o meu matrimônio”, disse o noivo, muito abalado, à Reuters. “A explosão aconteceu no momento em que entrávamos no salão do casamento.” As autoridades dizem que mais de 250 convidados em roupas de gala participavam da festa no térreo do hotel Radisson SAS quando um jovem usando um colete com explosivos provocou a detonação no salão lotado. “Tentamos salvar o máximo de vidas que podíamos, mas perdi meu pai, meu sogro e vários amigos também”, disse Akhras, 32. “Um amigo meu perdeu pai e mãe. É uma tragédia.” A Al Qaeda iraquiana assumiu a responsabilidade pelos atentados nos hotéis Radisson, Grand Hayatt e Dayns Inn de Amã. No dia seguinte à explosão no salão do Radisson, toalhas ensanguentadas e destroços ainda estavam sendo retirados. Para os dos convidados, a noite DE festa se tornou de dor, conforme os cadáveres eram retirados. Incrédulos, parentes choravam. “Isso não é mais um casamento, é um lugar de luto e morte”, disse Zeina Abdullah. Outra convidada disse que, ao ouvir a explosão, pensou se tratar de um apagão. “Então percebi que tudo havia despencado e que minhas duas filhas estavam mortas”, disse Sameeh Ahmad. Um importante partido islâmico da Jordânia, que normalmente evita condenar abertamente atentados contra civis israelenses, desta vez criticou o ataque. “Independentemente do partido ou dos motivos que estejam por trás desse crime, ele não pode ser justificado”, disse nota da Frente de Ação Islâmica. “Ele tem almas inocentes como alvo.” Jordânia e Egito são os únicos países árabes que mantêm tratados de paz com Israel. Além disso, Amã ajudou os Estados Unidos na guerra do Iraque. As autoridades jordanianas também ampliaram uma campanha para incitar a opinião pública contra os grupos radicais islâmicos e realizaram pequenos comícios pró-governo em todo o país após a declaração de um dia de luto oficial. “Isso não é o Islã, muçulmanos não matam a si mesmos nem a qualquer outra pessoa. Que posso dizer? Isso é um crime, não uma luta contra a opressão no mundo. É um crime”, disse Akhras.

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