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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Polícia estoura cativeiro de comerciante no Rio

10/11/2005 10h51 – Atualizado em 10/11/2005 10h51

O Dia

Agentes da Divisão Anti-Sequestro (Das) estouraram, na noite desta quarta-feira, o cativeiro da comerciante Maria Benildes Mattos Figueiredo, 46 anos, dona de uma rede de padarias, no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ela foi seqüestrada às 5h30 de segunda-feira, no Centro de Nova Iguaçu, quando saía de casa para o trabalho, na companhia de um funcionário. Três homens, todos encapuzados e um deles armado com um revólver calibre 38, chegaram no Gol branco GRR-5539, renderam a comerciante e a levaram para o cativeiro, no Jardim Amapá, Lote XV, em Duque de Caxias. Quatro dos cinco seqüestradores foram presos, entre eles o menor, intelectual do seqüestro e ex-funcionário da vítima, além de um estudante do terceiro período do Curso de Direito da Universidade de Nova Iguaçu (Unig).Os bandidos ligaram para os familiares e exigiram resgate de R$ 250 mil. Eles fizeram vários contatos com os parentes da vítima e se mostraram irredutíveis quanto ao valor do resgate que em nenhum momento foi reduzido. Informados sobre o seqüestro, agentes da DAS passaram a investigar o caso, ainda na manhã de segunda-feira. A comerciante não foi amarrada, não teve os olhos vendados, nem foi amordaçada, mas passou todo primeiro dia ao lado do carcereiro da quadrilha, Expedito Augusto da Silva – o único do bando que conseguiu fugir -, tendo uma arma apontada para a cabeça. O bandido só deixou de apontar a arma no dia seguinte, quando a mulher reclamou e garantiu que não tentaria fugir. O local do cativeiro, era uma casa no centro de terreno com cozinha, quarto e sala, de muros altos e janelas com grades, onde mora o próprio carcereiro. Maria Benildes foi deixada no quarto da casa, onde foi colocado um balde para que ela fizesse as necessidades fisiológicas. Durante o tempo que ficou cárcere, ela comeu biscoitos, bebeu água e tomou remédios. Embora ao lado de um homem armado, a comerciante não foi ameaçada de morte, nem agredida fisicamente. O carcereiro falava ao celular o tempo todo porque a quadrilha fez o pacto de libertar a vítima, caso ficassem mais de meia-hora sem se falarem. As investigações, com ajuda de uma vítima de seqüestro, em 1998, que ficou 68 dias em cativeiro, e conhece a região de Duque de Caxias, levaram a polícia a prender quatro integrantes do bando no Centro de Austim, em Nova Iguaçu. Com o bando a polícia encontrou duas motos, uma Twist e outra Titan. Depois das prisões, os policiais seguiam para o cativeiro, quando avistaram a vítima embarcando em um ônibus em direção ao Centro de Duque de Caxias, onde pretendia fazer contato com a família. De acordo com o delegado Fernando Moraes, o carcereiro ficou sem receber telefonema e decidiu libertar a vítima, que após fazer contato com familiares, se encontrou com os policiais e voltou ao local do cativeiro. Os quatro presos são: Tiago Wilson Alves de Souza, 21, estudante de Direito da Unig, que teve participação ao emprestar o carro da namorada dele para seus amigos praticarem o seqüestro; Antonio Veríssimo Souza, 29, vulgo Paraíba, ex-funcionário de uma padaria da vítima, que foi demitido em 2003 por suspeita de roubo; Alexandro Crispim da Silva, 26, e Willian Horário de Souza, 20. Os três últimos estavam no Gol no momento em que a comerciante foi seqüestrada. Antonio contou na delegacia que não pretendia se vingar da ex-patroa, mas só participou do crime porque estava sem dinheiro. Com o bando, além das duas motos, os policiais apreenderam o Gol, o revólver de calibre 38 e um celular.

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