25/11/2005 17h08 – Atualizado em 25/11/2005 17h08
RMT online
Com o crescimento nos últimos dias do nascimento de bebês gêmeos, geralmente prematuros, o estoque do banco de leite da Santa Casa diminuiu. O consumo diário usado no hospital é de 10 litros, mas somente estão sendo arrecadados dois litros, o que representa 20% do necessário. Atualmente, quatro duplas de casais de gemenianos estão internados no local. De acordo com a responsável técnica pelo banco de leite da Santa Casa, Lílian Carvalho, ele ainda é recente, apenas um ano de criação, sobrevive graças à doação interna das pacientes do hospital e da externa, vinda de mães que estão com leite sobrando. Essa última por sua vez é a principal fonte de arrecadação. Porém, o número de voluntárias não é maior devido muitas delas terem receios, como o de ficar sem leite para os filhos. Existem 25 doadoras cadastradas, mas somente cerca de 17 delas são voluntárias assíduas. Ela explica que para aquelas mães que estão com bastante leite é importante a doação, pois além de ajudar a salvar uma vida, estão evitando problemas para a sua saúde, como deixar os seios empedrarem. “O leite humano serve como uma vacina para os prematuros, porque ajuda a fortalecer as defesas do seu organismo”, disse.As mulheres interessadas em se tornar doadoras fazem um cadastro junto ao banco de leite. Elas podem se deslocar até o hospital, ou fazerem a coleta nas suas residências. Nesse caso, a Santa Casa, em parceria com o Corpo de Bombeiros, desloca um homem, na companhia da assistente social, para retirar o leite e trazer o material.Segundo o responsável pelo procedimento na Santa Casa, o soldado Cleomar Campos Paes, com o passar dos dias, o kit para a coleta – toca, máscara e um vidro esterilizado-, permanece com a voluntária, que automaticamente realiza a retirada do leite. Uma ou duas vezes por semana o leite é recolhido e levado ao hospital, onde é submetido à análise para depois ser pasteurizado. Flávia Beatriz Rech, doadora a cerca de dois meses, disse que tomou conhecimento sobre o banco de leite por meio da sua pediatra. Como possuía bastante leite, a mulher foi orientada a doar, caso contrário seus seios poderiam empedrar. A secretária comentou que ela mesmo está fazendo a coleta e toda quinta-feira o soldado dos bombeiros passa na sua residência para recolher o produto. A mulher explicou que acha importante a doação do leite, porque com isso está ajudando as crianças prematuras no hospital. “Infelizmente, conforme diminuiu meu leite, diminuiu a quantidade que posso doar”, falou.Para Joice Aparecida Leite Fernandes, mãe de dois bebês prematuros de seis meses, essa é a melhor forma de conseguir salvar a vida dessas crianças, porque o leite faz com que elas se recuperem. “O leite em pó pode ser usado, mas não tem o mesmo resultado que o humano podendo causar problemas no bebê e, além disso, o custo é elevado,” explicou. A mulher comentou que logo que teve os bebês até doou leite alguns dias para o banco da Santa Casa, mas como a amamentação dos filhos aumentada teve que parar. Porém, sempre procura incentivar mães que estão no hospital a doar, ou mesmo as amigas e conhecidas.