27/11/2005 11h25 – Atualizado em 27/11/2005 11h25
Folha da Região
Por não atender as normas da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) sobre o lixão municipal, a Prefeitura de Andradina já recebeu R$ 49.210 de multa de janeiro e setembro desse ano.A área de aproximadamente cinco alqueires na estrada municipal Emitério Castilho Gimenez é considerada contaminada por não possuir um controle com aterro de impermeabilização para não atingir o lençol freático e não soltar os poluentes no ar.A Cetesb entende como área contaminada qualquer local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural.Em Andradina também não existe nenhum programa de reciclagem, conforme confirmou o diretor do setor de lixo da cidade, Justiniano Rodrigues Morais. “A separação dos materiais, como vidros, latas e papéis, é feita apenas por pessoas que trabalham clandestinamente nas ruas e no próprio lixão”, disse ele.Uma usina de reciclagem começou a ser montada na cidade, no bairro Figueira, mas não foi concluída e está abandonada. Morais declarou ainda que para colocá-la em funcionamento precisaria de um grande investimento. A Prefeitura estima que para regularizar a situação do lixo no município precisariam ser destinados aproximadamente R$ 2 milhões ao setor.O prefeito Ernesto Antônio da Silva (PSDB) disse que a pretensão é terceirizar o serviço até o primeiro trimestre do próximo ano. A proposta é fechar um contrato por meio de licitação com uma empresa que passaria a ser responsável pela varrição, coleta, recuperação do aterro sanitário e ativação da usina. A administração defende que com a terceirização também seria resolvido o problema das pessoas que coletam o lixo, regularizando, assim, a situação delas com contratos de trabalho. Enquanto isso não acontece, o município negocia com a Cetesb para parcelar a dívida. Diariamente, são depositados cerca de 50 toneladas no lixão irregular da cidade.SAÚDE – O diretor-clínico da Santa Casa de Andradina, Eduardo Herreiros, disse que muitas doenças infecciosas, como diarréias e viroses, podem ter relação direta com a situação do lixo na cidade. A população andradinense também reclama constantemente da quantidade de moscas dentro de casa. “Há dia que é impossível até comer; se fritar uma carne, então, ou fica você ou as moscas dentro de casa”, disse o comerciante Eduardo Tonon, que reside no Centro.O agente penitenciário Fernando dos Santos, que mora no bairro Passarelli, um dos mais próximos do lixão, também declarou que a situação das moscas é crítica.