30/11/2005 09h55 – Atualizado em 30/11/2005 09h55
Da Redação
As obras de superestrutura da ponte sobre o rio Paraná que fará a interligação dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, entre as cidades de Brasilândia e Paulicéia (SP), estão paralisadas. Cerca de 50% das obras da ponte já foram concluídos. O valor estimado desta obra era de R$ 76.606.348,70. O Governo Federal já repassou R$ 11.448.710,73, dos R$ 22.600.000,00, já empenhados para a execução dos serviços.De acordo com o convênio firmado anteriormente, coube ao CESP executar a infra-estrutura da ponte, já concluída. Do total do investimento, 80% dos recursos serão repassados pela união e 20% pelo governo de São Paulo, o que corresponde a R$ 8 milhões já repassados para a obra. DESABAFOO lançamento da superestrutura da ponte aconteceu em agosto do ano passado e paralisada meses depois. Em março deste ano, o prefeito de Brasilândia, Antonio de Pádua Thiago, obteve dele a garantia através de apelo do senador Ramez Tebet (PMDB).Naquela oportunidade, Alfredo Nascimento disse que ainda este ano seriam liberados R$ 23 milhões e, para 2006, mais R$ 20 milhões, o que permitiria a conclusão. “A obra é importante para o País, como alternativa para escoamento da produção do centro brasileiro”, disse o ministro. Participaram também da reunião, 10 prefeitos da grande região Alta Paulista, o senador Ramez Tebet, os deputados federais de São Paulo, Alberto Goldman e João Paulo Cunha, Aldo Rebelo, então coordenador político do governo Lula, assessores da Secretaria de Estado de Energia e Recursos Hídricos e da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). A reportagem do Perfil News em contato nesta quarta-feira com o prefeito de Brasilândia, Antonio Thiago, se mostrou irritado com as promessas do ministro. “O Ministro é um sem vergonha e mentiroso. Ele prometeu recursos e não cumpriu”, desabafou o prefeito. A ponte faz parte de compromisso assumido em 1998, entre a CESP e a Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (AMNAP), como obra compensatória para os municípios afetados pela formação do reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera).A PONTEA ponte terá 1.705 metros de comprimento, com duas mãos de direção em pista simples, com duas faixas de 3,50 metros cada e dois acostamentos com 3,07 metros cada, totalizando 13,14 metros de faixa útil de tráfego. A superestrutura será composta de um trecho central, em estrutura estaiada, com um vão principal de navegação de 200 metros, e de um trecho convencional, com previsão de consumo total de concreto de 16.500 metros cúbicos.As obras de infra-estrutura e de meso-estrutura foram executadas pela Cesp, com recursos próprios, entre julho de 2000 e novembro de 2001, empregando-se um volume total de concreto de 13.079 metros cúbicos. As obras de encabeçamento da ponte, também realizadas pela Cesp, totalizaram 60 mil metros cúbicos de aterro compactado. As fundações são compostas por 154 estações (estacas escavadas e engastadas no topo rochoso, e com diâmetro variando de 1,30 metros a 1,90 metros), e por 33 blocos. A meso-estrutura tem 52 pilares e 31 vigas travessas.GOVERNADOR PAULISTAEsta semana o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) participou de uma entrevista em uma emissora de televisão e defendeu a ligação do seu Estado com Mato Grosso do Sul e cobrou recursos do governo federal. Geraldo também citou outra obra paralisada por falta de recursos do governo federal. A ponte rodoferroviária que liga as duas unidades da federação através das cidades de Rubinéia (SP) e Aparecida do Taboado. “Estamos trabalhando e 60% da ponte já está pronta, mas infelizmente ela está parada, e o Governo Federal está devendo R$ 25 milhões em recursos”, cobrou o governador.