02/12/2005 10h51 – Atualizado em 02/12/2005 10h51
O Estado de São Paulo
Após 15 anos de espera, os fãs brasileiros do grupo terão dois dias para assistir aos shows da banda de Eddie Vedder. Chegam nesta sexta-feira a São Paulo a bordo de um jato privado, com comitiva de 55 pessoas, para dois shows no Pacaembu, sexta-feira e sábado. Os ingressos já estão esgotados há 15 dias. Quando o Pearl Jam surgiu, Kurt Cobain ironizou, dizendo que eles eram raquíticos. A rivalidade entre os dois grandes grupos da chamada era grunge de Seattle teve lances duros, mas Cobain morreu cedo, virou mito e o Pearl Jam seguiu adiante, tornando-se a grande banda sobrevivente do grunge – infinitamente maior do que sua contemporânea Mudhoney, por exemplo, a quem ficou o encargo de abrir seus shows nessa turnê. O Pearl Jam tem o desafio de fazer um show tipo Sessão da Tarde, já que as exigências da administração do Pacaembu fixaram um horário improvável para o rock: o Mudhoney começa às 18h30 e o Pearl Jam às 19h30, terminando por volta de 21h50. A história do Pearl Jam remonta a 1990, em Seattle. A banda que lhe deu origem chamava-se Mother Love Bone, que já tinha o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament, além do baterista Jack Irons. O vocalista, Andrew Wood, morreu de overdose de heroína naquele ano, o que levou o grupo a se reformular. Recrutaram para os vocais um surfista de 25 anos chamado Eddie Vedder, leitor de Kurt Vonnegut, e mudaram de nome. Em 1991, gravaram seu primeiro álbum, Ten, até hoje o maior sucesso de sua carreira, mais de 10 milhões de cópias vendidas. A idéia original de independência levou o Pearl Jam a negar o estrondoso sucesso. Logo após o terceiro disco, Vitalogy (1994), seguiram como se fossem banda indie, abrindo shows da turnê Mirror Ball, de Neil Young. Mantém seu próprio selo discográfico, J Records, e dispõem seus shows na internet horas após sua realização. Essa contradição entre ser um supergrupo e ter consciência política é só aparente, no seu entender. Sua ética inclui inúmeros shows beneficentes (como o recente em prol das vítimas do Furacão Katrina) e ativismo político. No ano passado, Eddie Vedder foi à TV dizer por que seus compatriotas não deveriam apoiar a candidatura de George W. Bush