05/12/2005 08h34 – Atualizado em 05/12/2005 08h34
AP
As forças de segurança iraquianas desbarataram hoje um plano de rebeldes árabes sunitas para atacar o edifício do tribunal especial encarregado de julgar o ex-ditador Saddam Hussein e sete de seus assessores, de acordo com um comunicado oficial do governo. A meta seria disparar foguetes contra o prédio nesta segunda, quando será retomado o julgamento, suspenso na semana passada. O documento assinala que membros das Brigadas da Revolução de 1920 planejavam disparar mísseis de fabricação soviética contra o prédio do Tribunal Especial iraquiano, situado na superprotegida Zona Verde, centro de Bagdá, onde também ficam a sede do governo iraquiano, o QG das forças de ocupação e a embaixada dos EUA. Não há informações sobre prisão de envolvidos. Não foram apresentados detalhes do suposto plano. Poucas vezes os grupos rebeldes iraquianos conseguiram penetrar nessa região central e, mesmo assim, não conseguiram provocar grandes danos. Mais comum são os ataques com granadas propelidas por foguetes contra os postos de triagem das pessoas e veículos que se encaminham para a Zona Verde. Um dos cinco juízes que participam do julgamento afastou-se do caso, por iniciativa própria, após descobrir que um dos assessores de Saddam pode ter participado do assassinato de seu irmão, disse hoje Raid Juhi, um funcionário do Judiciário iraquiano. O nome do magistrado não foi divulgado por razões de segurança. Apenas a identidade do presidente do tribunal, o juiz curdo Rizgar Mohammed Amin, é conhecida da imprensa. A audiência de amanhã será a terceira desde o início do julgamento, em 19 de outubro. Todos os oito réus estão sendo julgados pelo assassinato de mais de 140 pessoas na aldeia xiita de Dujail, em 1982, após um fracassado atentado contra Saddam, no momento em que sua comitiva passava pela cidade. Tanto Saddam como seus assessores são acusados de várias outras atrocidades, mas por enquanto apenas a matança de Dujail foi levada ao tribunal porque as investigações sobre o caso foram concluídas primeiro. Se condenados, os réus poderão receber como sentença a pena de morte por enforcamento, como é aplicada no Iraque.