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sábado, 3 de maio de 2025

Forte de Itapura corre risco de desabar

05/12/2005 08h57 – Atualizado em 05/12/2005 08h57

Isa Web

Construído em 1858 como posto avançado do Império Brasileiro durante a Guerra do Paraguai, a história do prédio do Palácio do Imperador de Itapura, conhecido como Forte de Itapura, pode se perder caso sua restauração não seja providenciada. O prédio está em péssimas condições de conservação, com risco inclusive de desabamento da cobertura.As instalações elétricas e hidráulicas já não existem mais, o forro está completamente deteriorado, o piso bastante comprometido e as alvenarias depredadas.Tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) em 1969, o prédio chegou a ser reformado fora dos padrões de revitalização na década de 70, quando foi sede da Prefeitura Municipal até 1989. Depois a estrutura foi desocupada e passou a ser alvo de depredação.Em 2002 o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) chegou a ameaçar arquivar o Projeto de Restauro e Reutilização do Palácio, do Condephaat, por falta de elementos para o andamento do processo, mas o caso continuou tramitando devido à apresentação de um orçamento com valores para a restauração.Segundo a planilha de custos apresentadas, na época o valor para restaurar o imóvel era de R$ 312.501,72. O prefeito Antônio Fernandes Leite Chaves (PPS) calcula que o valor atualizado deve chegar a R$ 600 mil devido ao aumento das depredações e da correção monetária.Depois de tramitar na Justiça Federal de Araçatuba por diversos anos, o processo hoje está em andamento na Promotoria Pública do Meio Ambiente de Pereira Barreto.Segundo informações da promotoria, existe um inquérito civil sobre o caso e o processo foi enviado ao Ministério Público de São Paulo para a realização de um parecer técnico que ainda está sendo feito.MANIFESTAÇÃO – Desde o ano passado, no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Econg, entidade não governamental, com sede em Castilho, vem promovendo o Abraço ao Forte de Itapura, como manifesto.Segundo o presidente da entidade, Roberto Franco, o objetivo do protesto é não deixar o prédio histórico cair no esquecimento.Nesse ano o manifesto teve grande participação popular mobilizando vários municípios da região. Chegou a ser montado um esquema de transporte que saiu de diversas cidades e teve promoção de atrações culturais e recreativas.Franco declarou que já está com o projeto em andamento para a realização do protesto no próximo ano.Guerra da Tríplice Aliança motivou a construçãoO Palácio do Imperador ou Forte de Itapura, foi construído a mando do Governo Imperial. Por ser banhada pelo rio Tietê, a cidade poderia servir de ponto de entrada para os inimigos.A Guerra da Tríplice Aliança, também conhecida como Guerra do Paraguai, tinha de um lado tinha a Argentina, Brasil e Uruguai contra o Paraguai de Solano Lopes, que era a grande potência sul-americana naquela época.Antes das construções das barragens na região – Três Irmãos, Jupiá e Porto Primavera -, existiam em Itapura cachoeiras e, como as embarcações inimigas não conseguiriam vencer o salto, era provável que os oponentes tentariam a entrada por terra.Segundo a história, em Itapura não se chegou a ter operações durante a guerra da Tríplice Aliança, mas o posto teria servido como ponto de correspondências oficiais na Guerra do Paraguai.A denominação Palácio do Imperador surgiu de uma lenda que D. Pedro II esteve ali para conversar com os soldados na época da Guerra.

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