05/12/2005 16h10 – Atualizado em 05/12/2005 16h10
MS Noticias
Já somam 160 homens e mulheres trabalhando nos órgãos estaduais, municipais e até federais em Campo Grande por meio do programa Elo. Todos já cumpriram 2/3 da pena no regime fechado e com a progressão estão no semi-aberto ou em liberdade condicional. Desse total de trabalhadores, apenas 3% de cada 100 são reincidentes, um número considerado excelente, na visão do presidente do Conselho da Comunidade, Benjamim Pádua, coordenador do programa. Segundo o presidente, de cada 100 presos que saem do regime fechado, 15 são absorvidos pela família e os outros 85% reincidiam nos crimes por falta de oportunidades, o que não acontece mais hoje em dia com os egressos absorvidos pelo projeto. No regime semi-aberto, os internos trabalham durante o dia e voltam para a Casa do Albergado no fim da tarde ou estão em liberdade condicional, na qual voltam para casa depois do trabalho.Atualmente 150 homens e 10 mulheres estão trabalhando nos serviços de jardinagem, conservação, marcenaria e elétrica na prefeitura do Parque dos Poderes, no Parque das Nações Indígenas, na Agiosul, no Idaterra, no Procon, na Iagro, na Fundect, no Corpo de Bombeiros, Embrapa e outros órgãos. O interno recebe um salário mínimo (R$ 300,00), transporte no valor de R$ 80,00 e alimentação, além da remição da pena e uniforme. “O único segredo para o preso é que haja emprego para ele aqui fora”, ressalta Benjamim. José Guedes passou parte da vida no presídio de Segurança Máxima da Capital e hoje aos 50 anos tem uma casa na Mata do Jacinto conseguida por meio de um programa de arrendamento familiar e há cinco está trabalhando na limpeza do Parque dos Poderes. “Eu não acreditava mais em mim mesmo”, explica que agora se orgulha do trabalho que ajuda no sustento da esposa e de quatro filhos. José Guedes, que praticou roubo e ficou oito anos preso, é elogiado pelo preposto do conselho da comunidade, Airton Lima. “Ele é um ótimo funcionário e se destaca dentre os 42 que trabalham na prefeitura do parque”, relata o presidente que recentemente, recebeu uma proposta de trabalho para internos que saibam digitação. “Vou tentar achar dez internos que saibam digitar para começar a trabalhar”, finaliza Benjamim. Conforme o juiz da 2ª Vara de Execuções Penais da Capital, Dr. Alexandre Antunes, a possibilidade de emprego é uma tábua de salvação para os internos. “A medida evita que o egresso volte a cometer crimes”, ressalta o magistrado enfatizando sobre a dificuldade que os internos têm para conseguir emprego quando saem do presídio.