26.5 C
Três Lagoas
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

PM quer mais prazo para concluir inquérito sobre morte de casal em motel

05/12/2005 17h00 – Atualizado em 05/12/2005 17h00

Midiamax News

A Polícia Militar vai pedir a prorrogação do prazo para entrega do relatório do Inquérito Policial Militar que apura o envolvimento de policiais militares nas mortes de Murilo Boarin Alcalde e Eliane Ortiz, cujos corpos foram encontrados no dia 21 de junho deste ano no quarto 42 do Motel Chega Mais, em Campo Grande. A informação é do coronel PM Gustavo David Gonçalves, responsável pelo Inquérito Policial Militar, explicando que o prazo para entrega do relatório termina nesta sexta-feira, mas, diante da falta de provas materiais e diligências técnicas, será necessária a prorrogação para a conclusão do caso.Ainda segundo informações do coronel PM, ele vai receber nesta semana alguns exames realizados pela perícia técnica do Instituto de Criminalística e ainda falta receber o laudo oficial da reconstituição realizada no motel no dia 24 de novembro. “Sem esses laudos fico de mãos amarradas para dar continuidade aos trabalhos”, ressaltou Gustavo Gonçalves.Desde o mês de outubro, a PM colhe depoimentos de pessoas ligados ao crime e também ao Motel Chega Mais, sendo que já foram ouvidas as funcionárias Darlene Ribeiro da Silva e Judite dos Reis Pereira, o gerente Francisco Duarte, o dono Antônio Cândido Neto e o vigia Mário Sérgio Souza. De acordo com o coronel PM, a intenção é identificar aspectos do inquérito feito pela Polícia Civil para não repetir os mesmos procedimentos.No dia da reconstituição realizada pela PM, a camareira Fernanda Alexandra, que está inserida no Serviço de Proteção à Testemunha, manteve a versão que incrimina o cabo PM Adriano de Araújo Melo. Segundo o advogado Abadio Rezende, a ex-funcionária do motel disse que o policial militar se aproximou dela e fez as ameaças após ter sido visto próximo ao quarto 42 no dia em que os corpos foram encontrados no local.Ela também confirmou que viu o sargento PM Getúlio Morelli dos Santos lavar as mãos na recepção do motel quando a perícia já estava no local, no entanto, em nenhum momento disse ter visto sangue. A Polícia Civil chegou a concluir o inquérito e encaminhar ao MPE (Ministério Público Estadual), mas o órgão alegou que faltavam evidências que comprovassem a participação dos acusados e acabou o devolvendo.No entanto, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, negou o pedido de reconsideração formulado pelo MPE e manteve decisão anterior em que havia determinado que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) continuasse as investigações das mortes de Murilo Boarin Alcalde e Eliane Ortiz. Na avaliação do juiz, o Gaeco seria o único órgão estadual “que reúne as melhores condições” para dar continuidade ao inquérito.Aluízio dos Santos alegou que a transferência do caso para a PM, conforme havia solicitado o MPE, poderia acirrar ainda mais a “crise entre as duas instituições”. O magistrado ainda caracterizou a perda de objeto do sigilo no processo uma vez que o inquérito aberto pela Polícia Civil já foi finalizado e entregue ao MPE, acrescentando que, “decorridos cinco meses, até agora nada, absolutamente nada de concreto, acerca da autoria” foi constatada.

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.