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sábado, 10 de maio de 2025

Lula afirma que evitará aventuras e defende economia

07/12/2005 16h51 – Atualizado em 07/12/2005 16h51

Aquidauana News

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira a política econômica, afirmou que não fará aventuras na economia em ano eleitoral, mas não foi claro sobre possíveis ajustes que o governo poderá implementar. Lula também descartou a idéia de formalizar a autonomia do Banco Central com um projeto de lei.”A eleição não me fará tomar nenhuma medida que possa passar para os olhos dos milhões e milhões de brasileiros que estão nos ouvindo que nós vamos fazer uma aventura por conta dessa eleição. O Brasil não vai jogar fora esta chance. Nós conseguimos encontrar um ponto de equilíbrio”, disse Lula.Os comentários foram feitos durante entrevista a emissoras de rádio realizada no Palácio do Planalto e transmitida por Band AM, BandNews FM, CBN e Jovem Pan.Na terça-feira, Lula havia dito que haverá um ajuste na economia. Depois, a Presidência esclareceu que ele se referia a um ajuste no último trimestre do ano, prevendo crescimento em relação ao terceiro trimestre –que registrou retração de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).Nesta manhã, o presidente não esclareceu esta questão. Disse que “o ajuste vai se dando” e afirmou que entende a ansiedade para que as coisas aconteçam, mas que para tudo há um tempo de maturação. Para ele, a economia está vivendo um “círculo virtuoso”, referindo-se a um ciclo que propicia o crescimento econômico.Como exemplo, citou o crescimento das exportações em conjunto com o bom desempenho do mercado interno. Defendeu ainda o patamar de 4,25 por cento do superávit primário (necessário para honrar os compromissos da dívida), a política de juros e o câmbio flutuante. Sobre o dólar, disse que a moeda “vai encontrar um ponto de ajuste em algum momento”.Lula também sustentou que a autonomia do BC, alvo de críticas pela retração da economia no terceiro trimestre, está bem “do jeito que está” –descartando a idéia de formalizar a independência da autoridade monetária por meio de uma lei.”Deixa eu dizer uma coisa para você: eu acho que o Banco Central é autônomo. Acho não, eu tenho certeza porque, embora tenha gente que queira que a gente mande uma lei para ser aprovada no Congresso Nacional, eu prefiro a autonomia do jeito que está.” DILMA X PALOCCIApesar das críticas da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à política econômica de Antonio Palocci (Fazenda), Lula rebateu a divisão de opiniões no Executivo.”(O governo) não está dividido porque eu não tenho duas políticas econômicas, não está dividido porque não tem dois comandos, não está dividido porque nós aceitamos a democracia como um fator importante para o debate.”Mas admitiu: “Eu chamei a atenção do ministro Paulo Bernardo (Planejamento) quando ele falou de uma política de ajuste fiscal de longo prazo antes de se transformar em política de governo.” TROCA DE MINISTROS”Esse é o ponto de equilíbrio que precisamos para governar o país: não permitir que a crítica correta, justa, legítima, democrática faça com que você tire um ministro A ou B. Não permitir que a cada crítica você tente inventar mudança porque aí ninguém passa a crer em você.”O presidente afirmou que ministros podem divergir internamente, mas “na hora que abre porta tem que ter uma única voz”.A equipe econômica tem sido alvo de ataques internos e externos em função do patamar dos juros, da lenta execução orçamentária e pela queda do PIB no terceiro trimestre.”É mais fácil as pessoas dizerem: “Bom, é que nem time de futebol, não está bem, então troca o técnico. Aí, fica trocando o técnico. Não, eu acho que nós temos que acertar com as pessoas que têm competência para acertar e eu acho que as coisas estão indo para o ponto que nós achamos que devem ir.” JUROSLula previu ainda queda dos juros. “Os juros vão cair. Na medida em que os juros caírem vamos poder crescer mais. Na medida em que vamos crescer mais, vamos poder ter um superávit menor, mas essas coisas não serão decididas em função de um ano eleitoral”, afirmou.”As pessoas falam dos juros altos. Veja, a média de juros nesses 36 meses de governo é praticamente a metade da média de juros dos últimos 15 anos, no Brasil. É uma média de juros razoavelmente pequena, com picos de juros altos… Mas vamos caindo de acordo com a necessidade de manter a inflação equilibrada.” EMPREGOLula disse que não prometeu criar 10 milhões de empregos na campanha e sim que o país precisa de 10 milhões de empregos, mas comemorou a aumento dos postos de trabalho em seu governo.Disse que de 1994 a 2002 foi de 8 mil a média mensal de geração de empregos. “E nesses 35 meses de governo nós geramos uma média de 108 mil empregos mensais, ou seja, 12 vezes mais do que era gerado no governo anterior.”Admitiu que ainda é menos do que gostaria, mas que o mandato ainda não terminou. ORÇAMENTOLula também convocou o Congresso a aprovar o Orçamento da União de 2006 até o final deste ano.”É importante a sociedade saber que o Congresso Nacional tem que votar o Orçamento porque, se não votar, o que vai acontecer, quem vai ser prejudicado? É o presidente da República? Quem vai ser prejudicado? É o ministro A ou B? Não, quem vai ser prejudicado são os 187 milhões de brasileiros… porque você não vai poder fazer os investimentos.”E citou o passado. “Eu quero lembrar, se a gente tiver a memória aguçada, que em 1994, quando o Itamar era presidente e o Fernando Henrique Cardoso era candidato, o Orçamento só foi aprovado em março.”O presidente afirmou ainda que não discutiu a convocação extraordinária do Congresso para janeiro e fevereiro.

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