08/12/2005 09h17 – Atualizado em 08/12/2005 09h17
Estadão
O minuto da ligação local da telefonia fixa custará em média R$ 0,10 no próximo ano e a cobrança por tempo de ligação vai substituir o atual sistema de pulsos. A mudança, anunciada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), vai beneficiar quem tem o hábito de fazer ligações curtas, de até três minutos. Quem fala muito tende a pagar mais. Na média, porém, os técnicos acreditam que essa mudança não alterará significativamente o valor da conta, apenas a tornará mais fácil de entender. A mudança de pulsos para minutos, porém, será feita aos poucos. A partir de março de 2006, as empresas começarão a adotar a nova forma de medir as chamadas locais. Até 31 de julho, a mudança deverá ser ampliada para todo o País. O conselheiro da Anatel Pedro Jaime Ziller explicou que quem tem o hábito de fazer chamadas muito longas pagará mais caro porque o novo modelo de tarifação mede as ligações em um intervalo de tempo mais curto. Hoje, a medição é feita por pulsos, de maneira imprecisa, contados a cada quatro minutos, em média. No sistema atual, o usuário do telefone pode pagar mais ou menos pulsos dependendo do momento em que tira o fone do gancho. Se tiver a “sorte” de pegar o começo do pulso e fizer uma ligação curta, paga um pulso só. Se pegar o fim do pulso, poderá pagar dois pulsos, ainda que sua ligação seja curta. De acordo com levantamento feito pela Anatel, a média de duração das ligações feitas de telefones residenciais é de três minutos. A agência fez três simulações de chamadas no Estado de São Paulo. Uma ligação local de 1 minuto, que hoje, no sistema de pulsos, pode custar entre 14 centavos e 29 centavos, custará cerca de 9 centavos. Já uma ligação de 3 minutos, que atualmente custa de 14 centavos a 29 centavos, passará a custar cerca de 28 centavos. E uma ligação mais longa, de 10 minutos, passará de uma variação de 44 centavos e 58 centavos para cerca de 95 centavos. Com o novo sistema, o cliente poderá saber o valor e a duração de cada ligação local. Atualmente, a conta telefônica traz apenas o gasto geral com as chamadas locais. “Será como o taxímetro rodando”, comparou. “O usuário vai saber o que está pagando é isso um ganho enorme para a sociedade”, afirmou Ziller, lembrando que hoje as ligações de celular e os interurbanos já são cobrados por minuto. As empresas de telefonia, por sua vez, terão de fazer campanhas explicando com detalhes as mudanças na conta telefônica. O valor do minuto será diferente para cada operadora. Na Telefônica, por exemplo, o minuto custará R$ 0,09593, com impostos. No Rio de Janeiro, Estado atendido pela Telemar, o minuto custará R$ 0,10162. Na área atendida pela Brasil Telecom, o minuto vai variar de R$ 0,10312, no Distrito Federal, a R$ 0,11089, no Rio Grande do Sul. O preço varia de acordo com o volume de ligações de cada operadora e com o ICMS, que tem alíquotas diferentes nos Estados. Hoje, o pulso custa cerca de R$ 0,14.
