14/01/2006 08h34 – Atualizado em 14/01/2006 08h34
Terra
Dados em poder da CPI do Banestado, no âmbito das investigações sobre movimentação ilegal de dinheiro efetuada por brasileiros no exterior com a intermediação de doleiros, envolvem não apenas políticos e o publicitário Duda Mendonça, mas também famosos como a atriz Cláudia Raia e o jogador de futebol Roger, do Corinthians, entre outras personalidades das mais diversas áreas de atuação que estão na mira da Receita Federal.A Pretrobras e as Casas Bahia também se encontram sob investigação, igualmente por conta de operações financeiras realizadas fora do País – supostamente não comunicadas ao Fisco e o Banco Central, como determina a lei. De acordo com a revista Veja, mais de 1,7 mil brasileiros são investigados por movimentações efetuadas nos EUA no ano de 2000. No caso de sonegação, os infratores têm de pagar multa e impostos, mas ficam sujeitos a sanções penais, incluindo prisão, se for comprovada lavagem de recursos ou evasão de divisas. As suspeitas envolvendo Cláudia Raia provêm da análise de extratos do MTB Bank, citado pelo doleiro Toninho da Barcelona na CPI dos Correios como um dos bancos americanos usados por brasileiros para remeter dinheiro ao exterior. A atriz foi identificada pela Receita como beneficiária de um depósito de US$ 200 mil feito em 2000 pela offshore Depolo Corporation, controlada por doleiros do Rio e de São Paulo. Por meio de sua assessoria de imprensa, Cláudia Raia declarou que paga impostos e taxas em dia.No que se refere a Roger, as investigações mostram que, entre 2001 e 2002, o atleta movimentou US$ 150 mil em uma das contas da Beacon Hill – empresa que desencadeou a operação “Farol da Colina” da Polícia Federal e foi fechada em 2003 por autoridades americanas, sob suspeita de servir para lavagem de dinheiro. O empresário do jogador, Mauro Azevedo, disse que tanto ele como seu cliente “desconhecem” as operações.Já a Petrobras aparece movimentando US$ 325.807 na conta da offshore Azteca Financial Corporation (baseada nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal, e operada por doleiros de São Paulo) no MTB Bank de Nova York em 2000. A estatal negou ter operado com doleiros, garantindo que suas operações cambiais são “sistematicamente registradas” no Banco Central.Outro caso envolve as Casas Bahia, a maior rede verejista brasileira. A empresa supostamente realizou transferência de US$ 1,06 milhão no MTB Bank, por meio da offshore Agata International (também foi usada por Duda Mendonça), um banco italiano. A rede não se pronunciou e disse que ainda não foi notificada pela Receita.