18/01/2006 08h22 – Atualizado em 18/01/2006 08h22
Correio do Estado
Os benefícios recebidos por aposentados e pensionistas da Previdência Social precisam ter uma política específica de reajustes. A avaliação é do relator da Comissão Mista do Salário Mínimo, senador Paulo Paim (PT-RS). Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, o parlamentar lembrou que os benefícios atingem o universo de 22 milhões de aposentados e pensionistas. “Se pegarmos a lógica dos últimos 10 anos sem dar um reajuste diferenciado e isso se repetir, daqui para frente todos os aposentados brasileiros ganharão somente um salário mínimo no fim de mais de oito a dez anos. Temos que ter uma política, também, de recuperação dos benefícios dos aposentados e pensionistas”, defendeu Paim.Para o parlamentar, esse deve ser um dos assuntos da comissão que durante todo o ano vai analisar propostas para a definição de uma política permanente de reajuste do salário mínimo. Além de representantes de centrais sindicais, de confederações e dos ministérios do Planejamento, da Fazenda, da Previdência e do Trabalho, a comissão vai ouvir prefeitos e governadores.Paim destacou que pela primeira vez na história o Congresso criou uma comissão mista para discutir a questão com a participação da sociedade. A comissão é presidida pelo deputado Jackson Barreto (PTB-SE), tendo o deputado Walter Barelli (PSDB/SP) como vice-presidente. “Na era do Juscelino Kubitschek o salário chegou a valer o equivalente a R$ 750 e na era do Getúlio, quase o mesmo valor, ficou em torno de R$ 700. Nós entendemos que é importante que este País, em médio prazo, volte a ter um salário mínimo chamado decente”, afirmou o senador gaúcho. “Não estou nem falando do salário mínimo constitucional, que com valor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) teríamos que pensar em R$ 1,5 mil”.Amanhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com representantes das centrais sindicais para definirem o reajuste no salário mínimo deste ano.



