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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Família encontra dificuldade no traslado do corpo do afogado

21/01/2006 10h42 – Atualizado em 21/01/2006 10h42

Diário MS

Depois de inúmeros mergulhos nas águas do rio Dourados, em Fátima do Sul, o Corpo de Bombeiros daquela cidade conseguiu localizar no início da noite de quinta-feira, o cadáver de um jovem que havia desaparecido na tarde de quarta-feira.
Por outro lado, outro ponto negativo em relação ao fato, foi uma suposta disputa entre a empresa funerária da cidade com a família da vítima.
Segundo apurou a reportagem através de uma fonte de informação, a família do estudante Josimar Conceição da Silva Amate, 19 anos, que residia no residencial Dona Júlia, à rua Rio de Janeiro, n.º 162, em Tangará da Serra, não teria concordado que a empresa fizesse o preparo e o traslado do corpo dele para o Mato Grosso.
A família do estudante segundo consta, teria alegado que uma viatura da funerária de Tangará da Serra, já estaria a caminho de Fátima do Sul para buscar o corpo.
O AFOGAMENTO
Com relação ao afogamento do jovem, de acordo com informações, ele morreu por volta das 16h30 a poucos metros da Ilha do Sol, em Fátima do Sul, no momento que ele junto com Luan Silva Melo; Sérgio da Silva Couto e Roberto Carlos de Almeida desciam o rio em cima de uma câmara de ar de trator.
A polícia apurou que Luan Silva foi o primeiro a ver que Josimar Amate, que estava passando férias e visitando parentes na região, havia se soltado da bóia e caído nas águas. Constatado o fato, os jovens imediatamente acionaram o Corpo de Bombeiros, e as buscas começaram a ser feitas pelos mergulhadores da corporação, porém ela foi suspensa dada ao adiantado horário.
No recomeço das buscas pela manhã, os mergulhadores vieram a localizar o corpo somente por volta das 18h30 de quinta-feira, à cerca de cinco quilômetros do local em que ele havia desaparecido.
Resgatado o corpo de Josimar Amate, ele foi entregue a empresa funerária, que sempre atende a polícia e comparece em locais de mortes violentas para buscar os corpos. “O pessoal da funerária nos ajudam muito aqui quando ocorrem mortes violentas na cidade e na região nossa. Sem eles estamos fritos, pois não temos como transportar cadáveres”, disse um policial civil à reportagem.
DESCASO DO ESTADO
Com relação ao suposto impasse entre a funerária de Fátima do Sul e os familiares do estudante, este fato mostra também o descaso do Estado através da Sejusp (Secretária de Justiça e Segurança Pública), já que não estrutura o setor do IML (Instituto Médico Legal) das cidades do interior com o mínimo necessário de três funcionários e, principalmente uma viatura (rabecão) apropriada para buscar os corpos das vítimas de mortes violentas.
Em todas as cidades do interior, as delegacias contam com o apoio das funerárias para realizar o trabalho de transportar os corpos, obrigação esta que seria do IML, porém o importante núcleo em sua maioria se quer têm um funcionário para atuar no setor, além de não oferecer também condições para que os legistas possam realizar as necropsias.
Com esse descaso por parte do Estado, as empresas atendem os chamados das delegacias para buscar os corpos, e em troca do ônus desta parceria, ficam com o bônus, que seria a preparação; do sepultamento, e até mesmo de um possível traslado, como é o caso do estudante mato-grossense.
NA DELEGACIA
A reportagem também apurou que diante do impasse da família do estudante em não querer o serviço da empresa para trasladá-lo o corpo dele para o Mato Grosso, o funcionário segundo consta demonstrou irritação e pretendia deixá-lo na delegacia, porém foi orientado a trazer até ao IML (Instituto Médico Legal) de Dourados para ser submetido à necropsia – em Fátima do Sul, o núcleo não tem um necrotério para manter os corpos -, onde depois de liberado pelo legista, foi trasladado ontem pela manhã para Tangará da Serra para ser sepultado.
Com relação às investigações sobre o afogamento, elas serão conduzidas pelo delegado Olindo Inácio da Silva e todas as pessoas que estavam com o estudante no momento dos fatos serão intimadas a comparecer na delegacia para prestar declarações.

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