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sábado, 24 de maio de 2025

Pais violentos têm histórico de agressão

27/01/2006 14h59 – Atualizado em 27/01/2006 14h59

Daniela Galli

A estrutura da família brasileira apresenta sinais de deterioração. Os casos de violência contra crianças preocupam especialistas. Antes de julgar os agressores, é preciso saber o que motiva os pais a agirem desta maneira. Em março de 2005 um boletim de ocorrência foi lavrado pelo 2º Distrito Policial contra uma mãe que teria ameaçado de morte seu filho de apenas sete meses. A mulher apontou uma faca de pão próximo ao coração da criança para chantagear seu amásio. Em seguida a mãe atira o filho contra uma cerca de arame farpado. Atitudes deste tipo vão contra o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que em nada favorece a violência contra menores. A psicóloga da UNEI (Unidade Educacional de Internação) Célia Regina de Souza, explica que há diversos tipos de agressões. “Além da violência física muitas crianças passam por constrangimentos e humilhações”. Na UNEI, Célia atende os menores infratores internados na unidade. O objetivo é “reeducar” os meninos para que não voltem a cometer infrações. A psicóloga afirma que a família dos meninos também passa por entrevistas. Em grande parte delas Célia percebe a ausência da figura paterna “Em geral essas crianças crescem sem um referencial masculino em casa e tornam-se agressivos”. BOLA DE NEVEO psicólogo Alex Sampaio acredita que as agressões são frutos dos valores familiares que começam a ficar distorcidos. “Muitos pais apresentam histórico de violência quando crianças”. Sampaio diz ainda os abusos não dependem da faixa sócio econômica da família; a diferença que entre os mais ricos a divulgação é menor. Uma vez agredidos, os pais tendem a descontar suas frustrações nos filhos. Sampaio explica que o efeito “bola de neve” pode afetar até quatro gerações da mesma família. PALMADA EDUCATIVAAs palmadas dadas na infância não chegam a ser manifestações de violência na opinião de Célia. A psicóloga acredita que a violência propriamente dita surgem quando os “corretivos” são exacerbados. Sampaio explica que são saudáveis, mas têm que ser bem dosadas. “A intenção deve ficar bem explicada, ou seja, o filho deve saber por que está levando palmadas”. O psicólogo diz ainda que na infância é necessário impor limitesPRAZER DE VIVERO resultado de diversos episódios de violência pode ser percebido nas brincadeiras dos pequenos. “Quando se relacionam com outras crianças, a violência aparece”, explica Sampaio.O psicólogo já trabalhou com crianças agredidas afirma que também é comum perceber um quadro depressivo. “Elas sentem-se desprotegidas”. Sampaio acredita as estórias tristes de seus pacientes puderam ensinar muito a ele. “As crianças sempre buscam novos modelos e resgata seus valores. Em nenhum momento perdem o prazer de viver”, finaliza.

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