27/01/2006 17h14 – Atualizado em 27/01/2006 17h14
Reuters
Disque P para pornografia? Talvez jamais venha a ser tão fácil. Mas a pornografia via celular é um setor em rápido crescimento que, na expectativa dos analistas, deve gerar US$ 2 bilhões ao ano em receitas em 2009. A pornografia móvel foi o foco do Congresso de Conteúdo Móvel para Adultos, que se encerrou ontem em Miami, em meio a expectativas, pelo menos de acordo com alguns participantes, de que a moda deve pegar em breve nos Estados Unidos. Os consumidores já gastam dezenas de milhões de dólares ao ano em conteúdo adulto via celular na Europa, onde empresas como a gigante da telefonia móvel Vodafone ¿ ou “Vodafilth”, como foi apelidada por um jornal britânico ¿ estão entre os distribuidores desse tipo de conteúdo. As mais importantes operadoras norte-americanas de telefonia móvel hesitam em aderir à tendência, no entanto, temendo reações negativas dos conservadores e da direita religiosa caso forneçam aos consumidores norte-americanos acesso fácil a conteúdo censurável. A conferência de Miami, cujo objetivo era atenuar algumas dessas preocupações, foi patrocinada pela Waat Media, uma empresa da Califórnia que representa algumas das principais marcas de entretenimento adulto norte-americano. Em lugar de se concentrar no conteúdo ou imagens ousadas, como as seqüências de vídeo que traziam cenas de Ron Jeremy, um participante da conferência ¿ astro pornô que licenciou a RJ Mobile para que use seu nome – , os executivos do setor preferiram se dedicar a questões como a classificação de conteúdo e sistemas de filtragem, ou mecanismos de verificação de idade, cujo objetivo é impedir que os menores adquiram conteúdo adulto. Foi um evento sóbrio, profissional, mas um palestrante, um executivo identificado como James Walz, da West Management, pareceu se animar ao falar dos recursos de “strip-tease personalizado” e do potencial ilimitado do mercado norte-americano. “Existe uma grande demanda por parte dos consumidores, devido ao imenso sucesso obtido na Internet”, afirmou Walz. “É um negócio sério e florescente”. As vendas norte-americanas de produtos eróticos ou pornográficos via celular foram estimadas em menos de US$ 30 milhões no ano passado.