07/02/2006 20h17 – Atualizado em 07/02/2006 20h17
Estadão.com
Belo Horizonte – A juíza Neuza Maria Guido, da Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, determinou nesta terça-feira a entrega da menina Letícia Maria Cassiano a um casal que constava dos cadastros do Juizado. A criança, um bebê recém-nascido, foi salva por populares depois de ter sido atirada na Lagoa da Pampulha, zona norte da capital mineira. A Polícia Civil mineira concluiu, no inquérito encaminhado hoje à Justiça, que a menina foi jogada na água pela própria mãe, a promotora de vendas Simone Cassiano da Silva, 29 anos. A mulher, que está presa numa cela separada na penitenciária de mulheres Estevão Pinto, foi indiciada por tentativa de homicídio.Em seu despacho, a juíza disse que fundamentou sua decisão nos diversos documentos que fazem parte do processo. Além do inquérito policial e sindicâncias, a magistrada se baseou no laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, que revelou, por meio do exame de DNA, que Letícia não é filha advogado Gerson Reis Júnior, com quem Simone estava morando. Este fato serviu para que o delegado Hélcio de Sá Bernardes formulasse a motivação do crime e indiciasse a mãe como autora da tentativa de homicídio. Diante disso, foi determinado que a menina deixasse o abrigo onde estava desde 30 de janeiro e fosse entregue ao casal escolhido. A juíza determinou que permaneçam em sigilo os nomes e o endereço residencial dos guardiães da criança. O objetivo é preservar a família. O avô materno e a madrasta da mãe biológica da criança entraram com um pedido de guarda, mas, segundo a juíza, trata-se de outro processo, que “segue os trâmites normais”. Os dois processos, relacionados a menores, correm em segredo de Justiça.