20.4 C
Três Lagoas
sábado, 24 de maio de 2025

Ciro ataca FHC e reforça possibilidade de ser vice

08/02/2006 21h34 – Atualizado em 08/02/2006 21h34

Terra/Reuters

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB), voltou a desempenhar, nesta quarta-feira, uma de suas funções prediletas – a de mais agressivo adversário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora negue, acabou reforçando as especulações sobre a possibilidade de ser vice de Lula na chapa da reeleição. Ele também poderia coordenar a campanha de Lula, confirmando sua crescente influência no governo desde a reforma ministerial de julho do ano passado. Agregado à comitiva presidencial na viagem à África – aparentemente sem outro motivo além das boas relações entre o governo da Argélia e o PSB brasileiro – Ciro desembarcou em Argel rebatendo as críticas feitas por FHC ao governo no fim de semana. O ex-presidente dissera à revista Istoé que “a ética do PT é roubar”. Ao ser informado da repercussão no Brasil de suas declarações em Argel, Ciro voltou a criticar FHC para os jornalistas à tarde, enquanto Lula e o presidente argelino Abdelaziz Bouteflika tinham uma reunião de trabalho na residência oficial de El Mouradia. “Ele (FHC) nos ajudou bastante. Mais duas dessas, se o presidente Lula resolver ser candidato, as coisas ficam bem resolvidas”, disse o ministro, para quem o ex-presidente tucano seria movido por “inveja e rancor” e não por cálculo político. “Com esses gestos pouco elegantes, o povo brasileiro está sabendo do que se trata por trás de toda essa barulheira”, acrescentou Ciro. “Ou a gente avança a partir de onde estamos ou volta a entregar o Brasil e o poder à turma do senhor Fernando Henrique.” Numa conversa informal com os jornalistas, Ciro Gomes historiou suas relações com FHC, desde a época em que eram companheiros no PSDB até o rompimento, no primeiro mandato do ex-presidente. Na versão de Ciro, Fernando Henrique queria ser ministro de Relações Exteriores de Fernando Collor (em 1991), mas não queria ser ministro da Fazenda de Itamar Franco (em 1993). Ainda de acordo com Ciro, FHC temia que o Plano Real fracassasse (1994) e impôs sua candidatura presidencial depois do sucesso do plano, atropelando Tasso Jereissati. A veemência das declarações do ministro levou os jornalistas a perguntarem se ele estaria se preparando para deixar o governo e compor, como candidato a vice, numa eventual chapa para a reeleição de Lula. “Pelo meu gosto, fico quieto e saio da política por algum tempo”, disse Ciro. “Mas os interessados devem dirigir essa pergunta ao presidente da República.” Diante da insistência de outro repórter, Ciro reagiu com um sorriso irônico: “Eu não sou bobo de responder a essa pergunta.” A possibilidade de Ciro vir a ser o vice de Lula vem sendo cogitada desde que o ministro se transferiu do PPS para o PSB, aliado histórico do PT, em setembro do ano passado.

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.