08/02/2006 13h43 – Atualizado em 08/02/2006 13h43
Diário MS
O coordenador-geral da comissão de implantação da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Wedson Desidério Fernandes, disse ontem garante a continuidade do curso de medicina, mesmo após a desistência dos professores do curso. De acordo com o coordenador, o calendário de aulas será mantido. Ele garantiu que as aulas do ano letivo de 2006 iniciam na data prevista (15 de maio), apesar da mobilização dos 40 professores substitutos e voluntários do curso de medicina. “Não há motivo para preocupação por parte dos alunos. As aulas vão iniciar normalmente e o conteúdo não será prejudicado”, garantiu ontem o coordenador. Os professores do curso de medicina em Dourados decidiram abandonar o curso, conforme divulgado ontem pelo Diário MS. A decisão foi anunciada na segunda-feira pelo chefe de departamento do curso, Frederico Somaio Neto, pelo coordenador Paulo Roberto da Cruz Oliveira e pelo presidente da Associação Médica da Grande Dourados, Jorge Luiz Baldasso e estaria ligada a um descontentamento da classe com a direção da universidade. “O curso de medicina, apesar de ter sido fundamental para a criação da UFGD, é relegado ao segundo plano pelos dirigentes da universidade”, reclama Somaio Neto na nota distribuída à imprensa. Para Wedson Fernandes, que coordena as ações da comissão de implantação da UFGD (ainda sem reitoria pró-tempore), o momento é de tentativa de negociação. Ele conta que a “conversação” entre os professores e a universidade se arrasta há pelo menos um ano. Wedson diz, ainda, que o caso não passa de mal-entendido, já que o problema estaria ligado ao ingresso dos professores no quadro da universidade por meio de concurso público, cujo edital deverá ser lançado na próxima semana.“Eles [os professores] estão achando que não poderão participar do concurso, mas a dificuldade está ligada aos aspectos legais exigidos na abertura de qualquer processo seletivo”, justifica Fernandes, o citar que as convocações obedecem à ordem de candidatos com nível de mestrado, doutorado e depois especialização. “Sabemos que o número de médicos mestres ou doutores é reduzido no país, então esperamos um preenchimento inexpressivo. O maior número de vagas deverá ser preenchido por especialistas, mas devemos obedecer a esta ordem”, alega o coordenador. NEGOCIAÇÃO Wedson disse ontem que vai tentar negociar com os professores para evitar o desligamento deles da universidade. No entanto, mesmo que resposta seja negativa, ele garante a continuidade das aulas do curso de medicina, sem revelar os métodos utilizados para preenchimento do quadro de professores. “Estamos de portas abertas para negociação, mas caso isto não seja possível, vamos apelar para outras alternativas. Os alunos não vão ficar sem aula”, garante. Segundo ele, aproximadamente 350 alunos estão matriculados nas seis turmas do curso de medicina. A primeira turma deverá colar grau mês que vem. MELHORIAS De acordo com Wedson Fernandes, apesar das dificuldades, o curso de medicina está recebendo um grande volume de recursos para investimentos em estrutura. Ele disse que o bloco de saúde, no campus da cidade universitária, deverá ser inaugurado em março, com salas de aula e laboratórios, além de investimentos na compra de livros. Ele conta que a UFGD também está negociando um programa de mestrado interinstitucional para medicina, que deverá ser feito em convênio com universidades renomadas do país.