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domingo, 25 de maio de 2025

Jornais europeus lucram com caricaturas de Maomé

09/02/2006 21h13 – Atualizado em 09/02/2006 21h13

AP/Estadão.com

Publicações européias tiveram um crescimento nas vendas e em acessos à internet depois de veicular as caricaturas do profeta Maomé que causaram revolta e violência no mundo islâmico.

O periódico de maior circulação na Dinamarca o Jyllands-Posten causou a controvérsia ao publicar, em setembro do ano passado, 12 caricaturas do profeta, incluindo uma em que seu turbante é uma bomba. Sua circulação, de cerca de 154 mil exemplares por dia, não mudou muito.

Contudo, os jornais da França e Noruega que tiveram uma repercussão internacional maior após a publicação dos desenhos contaram com um impulso em suas vendas. Na primeira edição em que o jornal France Soir mostrou os desenhos houve um aumento de 40% das vendas em relação à circulação diária, segundo o diretor de circulação do jornal, Philippe Soing.

O vice-presidente do Conselho Francês de Fé Muçulmana, Mohamed Bechari, acha que os leitores do país estão comprando os jornais por curiosidade e não por sentimentos antiárabes ou antimuçulmanos. “Aqui vai um conselho para aqueles jornais que correm o risco de falência: tudo o que você precisa é insultar os muçulmanos e o Islã e as vendas incendiarão” afirmou Bechari em uma conferência para promover o diálogo entre o Ocidente o mundo muçulmano.

O semanário satírico Charlie-Hebdo reproduziu as caricaturas com uma capa que mostrava Maomé com suas mão na cabeça, chorando e dizendo: “É duro ser adorado por idiotas”. O jornal rapidamente vendeu todas as 160 mil cópias da edição, 60 mil a mais do que suas vendas típicas, e imprimiu uma edição extra para nova distribuição. A edição do jornal estava sendo vendida por US$ 12 na internet, mais de cinco vezes seu valor nas bancas.

As vendas do Norway´s Magazinet, um jornal evangélico-cristão, estavam fracas após a publicação dos desenhos em janeiro, mas seu site na internet teve o número de acessos triplicados.

O jornal espanhol El Mundo, que publicou algumas das imagens em seu site, disse que era impossível determinar como elas afetaram o crescimento de suas vendas.

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