14/02/2006 11h28 – Atualizado em 14/02/2006 11h28
Apn
O Jornal da Globo destacou em seu noticiário de segunda-feira à noite os avanços no Estado e os resultados das ações do governo que garantiram o funcionamento de escola na localidade de Paraguai-Mirim, uma das regiões mais isoladas do Pantanal, onde as crianças não freqüentavam aulas e passavam o dia ajudando os pais na coleta de iscas. “Hoje as mesmas crianças que catavam iscas vão à escola, graças à bem sucedida parceria entre o poder público e a iniciativa privada”, destacou o Jornal da Globo, em reportagem da jornalista Cláudia Gaigher. Os ribeirinhos de 6 a 14 anos, que antes ajudavam os pais na coleta de iscas e na pesca, agora passam o dia estudando e envolvidos em atividades do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). A unidade escolar foi construída pelo governo do Estado, com recursos de R$ 213 mil do Fundo de Investimentos Sociais (FIS). Depois da obra concluída, a SED (Secretaria de Estado de Educação) cedeu o prédio para que o Município de Corumbá administrasse.O Jornal da Globo mostrou como as crianças vão à escola, transportadas em barco. Na escola, além da educação, recebem lanche. No Paraguai-Mirim não há estrada, “a cidade mais próxima fica a pelo menos quatro horas de barco pelo rio Paraguai. De casa em casa, o transporte escolar vai recolhendo os alunos, que agora começam a entender o significado da palavra educação”, diz a reportagem do Jornal da Globo, que em maio de 2004 mostrou o drama das crianças catadoras de isca que arriscavam a vida nos alagados pantaneiros. “Agora essas mesmas crianças começam a experimentar uma vida diferente”.A escola foi construída num barranco alto para não ser inundada no período das cheias. Quando a escola começou a ser construída, o projeto era matricular 50 crianças. Hoje são 59 alunos e a cada dia chegam mais estudantes. A repórter entrevistou Maria Eulina dos Santos, chefe do Núcleo de Educação de Corumbá, e mostrou que a escola, além de resgatar a cidadania da população ribeirinha naquela região isolada, funciona como um segundo lar, pois 26 crianças moram no prédio. O projeto pedagógico da escola está voltado à realidade da comunidade de ribeirinhos, com calendário diferenciado – o ano letivo se estende de maio a dezembro, devido ao período de cheia do Pantanal, no verão. Com turmas multisseriadas, a escola funciona em regime de semi-internato para as 26 crianças que moram distantes. Os demais alunos, que moram mais perto, são transportados diariamente por um barco. A escola também está oferecendo alfabetização de adultos, através do Mova-MS Alfabetizado, e pretende implantar, em 2006, turmas de educação de jovens e adultos (EJA).