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Três Lagoas
terça-feira, 3 de junho de 2025

Vigilância alerta para risco de doenças

14/02/2006 16h13 – Atualizado em 14/02/2006 16h13

Daniela Galli

Mais de 20 mil pessoas morrem por dia no mundo acometido por doenças relacionadas à água ou a falta dela. Alguns rios contêm mais de um milhão de coliformes fecais por litro, enquanto o recomendado é de apenas um coliforme a cada 100 ml. As doenças hídricas estão em 5º lugar entre as que mais matam na América Latina, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo Elenir Carvalho, diretora de Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Saneamento, as causas variadas. A ingestão ou manuseio de água contaminada são responsáveis, por exemplo, pela transmissão da cólera, hepatite A e disenterias. Doenças como esquistossomose, dengue e malária são disseminadas quando os agentes causadores, ou parte de seu ciclo de reprodução acontece em meio aquático. Em Três Lagoas, Elenir afirma que há dois casos de hepatite confirmados, mas as pessoas contaminaram-se em Água Clara. A malária foi diagnosticada em quatro moradores, mas todos a contraíram também fora da cidade. Em relação à dengue, 25 pessoas apresentaram os sintomas, mas os casos ainda não foram confirmados. LEPTOSPIROSEOutra doença citada por Elenir foi a Leptospirose cuja transmissão se dá pelo contato com urina de roedores contaminada. Quando as enchentes ou inundações atingem os esgotos, a urina dos ratos pode vir à tona e facilitar o contato com humanos. A diretora afirma que há locais na cidade que possuem esgoto a céu aberto, o que pode atrair os roedores. Outro “prato cheio” para os ratos é na região central devido ao grande número de caixas de papelão no estoque das lojas e a proximidade com restaurantes. “Se grande quantidade de água atingir a urina contaminada, teremos sérios problemas”, revela Elenir. Os imóveis fechados e vazios por muito tempo, assim como terrenos baldios também atraem os roedoresESQUISTOSSOMOSEA preocupação de Elenir é com as pessoas que residem próximas a rios e lagoas, onde são encontrados os caramujos responsáveis pela transmissão da esquistossomose. No bairro Jupiá, um caso foi registrado. “É importante salientar a população que estes moluscos não devem ser manuseados com as mãos desprotegidas”, explica a diretora. Para fazer a limpeza do local com grande quantidade de caramujo é necessário utilizar luvas, colocá-los em saco plástico, esmagá-los e enterrá–los em uma vala com cal. “Outras medidas, como a incineração pode comprometer o meio ambiente”, salienta. CONSUMOOs reservatórios, lagos e rios, assim como a rede de esgotos merecem cuidados especiais. Em 2005 a Vigilância Sanitária recolheu 273 amostras de água de lagoas e rios e destinadas ao consumo humano. A segunda Lagoa e do Poço do Palmito foram consideradas impróprias para banho. A diretora diz ainda que os poços semi-artesianos existentes em algumas residências estão irregulares. “Apenas a água fornecida pela Sanesul possui o tratamento adequado para consumo ou banho”. Elenir explica que a água do poço deve ser analisada e verificada a quantidade de cloro, cujo índice ideal é 12,5ml da substância a cada 1000 litros de água. As caixas d’água devem ser limpas pelo menos duas vezes ao ano. “Esta medida será exigida como norma para o funcionamento de creches, asilos, escolas e empresas”.

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