15/02/2006 13h56 – Atualizado em 15/02/2006 13h56
BBC Brasil
O governo israelense ampliou a pressão sobre a Autoridade Palestina ao ameaçar cortar relações com o próximo primeiro-ministro palestino se ele for afiliado ao Hamas (grupo extremista islâmico). O ministro israelense da Defesa, Shaul Mofaz, disse que seria impróprio lidar com a Autoridade Palestina depois que o Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas no mês passado. O Hamas rejeitou a exigência de reconhecer Israel e renunciar à violência. Anteriormente Israel havia afirmado que poderia trabalhar com o líder palestino Mahmoud Abbas, se ele não cooperasse com Hamas. Abbas Abbas havia dito que vai pedir ao Hamas para formar o próximo governo, mas que também respeite acordos anteriores, como o plano de paz internacional. Falando antes da primeira sessão do CLP (Conselho Legislativo Palestino) no sábado (12), Mofaz disse que vai cortar todas as relações se membros do Hamas forem indicados para posições de poder. Segundo Mofaz, o porta-voz do CLP é o vice do presidente Abbas e considerado o número dois da Autoridade Palestina. “Se ele for do Hamas, não teremos contato com ele e não vamos ceder”, acrescentou, afirmando que não acredita que o Hamas vá mudar a posição dele em relação a Israel, se comandar um governo palestino. O ministro repetiu comentários feitos anteriormente pelo presidente israelense, Moshe Katsav, que disse que Israel não vai tolerar atos de terrorismo pelo grupo militante Hamas. “Se o Hamas mudar suas políticas, vamos comecar a ter contatos com o grupo”, disse. Em visita à Grécia, Katsav disse que nos últimos 12 anos Israel deu grandes passos históricos para o bem dos palestinos, mas acha que a vitória do Hamas nas eleições não vai ajudar. “Ao contrário, vai nos fazer retroceder 12 anos.” Prisão Israel libertou um membro de alto escalão do Hamas, que foi eleito para o parlamento palestino no mês passado. Ahmed Haj Ali estava detido sem julgamento desde setembro do ano passado. Ele foi solto por soldados israelenses em um posto de controle militar perto da cidade de Hebron, na Cisjordânia, onde foi saudado por algumas pessoas. Mais de dez membros do novo parlamento palestino ainda estão detidos em prisões israelenses.