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domingo, 7 de setembro de 2025

PR: policiais são presos por assassinar um detento

17/02/2006 09h13 – Atualizado em 17/02/2006 09h13

Terra

A Corregedoria da Polícia Civil do Paraná prendeu nesta quinta-feira quatro policiais civis acusados de matar a tiros um preso da Cadeia Pública de Cascavel, em 2003, e tentar encobrir o crime, mentindo nos relatórios e induzindo os peritos do IML da cidade a cometerem erros. Além deles, outros dois investigadores, presos por tráfico de drogas, também estão envolvidos no crime e tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, as investigações foram realizadas pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC) de Cascavel. No documento apresentado à Justiça, o Ministério Público ainda denuncia quatro médicos legistas do IML de Cascavel acusados de elaborar laudos falsos que esconderam a causa da morte do preso para protegerem ilegalmente os policiais. De acordo com as apurações, na madrugada de 25 de agosto de 2003 dois presos tentaram fugir da cadeia pública de Cascavel. Com a fuga, os detentos da Ala A da delegacia também tentaram escapar, mas foram impedidos pelos policiais civis que dispararam vários tiros. Com a confusão, os presos iniciaram um motim que foi ouvido pelos detentos que estavam na Ala B. Os depoimentos dos presos ao Ministério Público explicam que, com a rebelião e os tiros, eles estouraram os cadeados de suas celas e também tentaram fugir com medo de que presos rivais invadissem a ala e os matassem. O preso Valdair Alencar, conhecido como “Bolacha”, saiu de sua cela e começou a ajudar outros detentos a estourarem cadeados. Neste momento, os seis investigadores (Rubens Pereira da Silva, Amarildo Mayer, Eugênio Stachiu, Neuraci Quirino dos Santos Duarte, José Nelson Pereira Brandão e Carlos Eduardo Azevedo Gomes), atiraram e mataram Alencar. Em seguida, os policiais teriam retirado o corpo do lugar e só levado o preso morto ao IML na manhã seguinte. Nos relatórios apresentados à delegada que presidiria o inquérito sobre a rebelião e a morte do preso, os policiais mentiram alegando que Alencar teria sido morto por outros detentos, com armas artesanais. Na seqüência, os policiais ainda levaram ao IML algumas dessas armas para tentar induzir os médicos legistas a elaborarem um falso laudo, o que foi feito. Por isso, os médicos Rikia Himauari e Alexandre Galvão foram denunciados à Justiça por protegerem os policiais ocultando o assassinato. Além deles, os legistas Ronaldo Sérgio da Silveira e Irno Francisco Azzolin também foram denunciados já que elaboraram um falso laudo quando o corpo do preso foi exumado e periciado.

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