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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Derramamento de lama polui rio no RJ

04/03/2006 10h57 – Atualizado em 04/03/2006 10h57

Estadão.com

Rio de Janeiro – Três anos após ter sido contaminado por 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos vazados de uma indústria mineira, o Rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de água para cerca de 80% dos fluminenses, pode, mais uma vez, ser prejudicado por um acidente ambiental ocorrido em Minas Gerais.
O rompimento, há dois dias, da barragem de uma empresa em Miraí, na Zona da Mata, arrastou, para um rio que deságua em um afluente do Paraíba do Sul, 400 mil metros cúbicos de lama (400 milhões de litros), provenientes do tratamento de bauxita.
Apesar do laudo sobre a possível toxicidade da lama ainda não ter sido concluído, o abastecimento e a captação de água no rio Muriaé foram suspensos no município fluminense de Laje do Muriaé, o primeiro a ser atingido pelo vazamento da barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases Ltda.
Com a nascente em Miraí, o Muriaé percorre duas cidades mineiras (Muriaé e Patrocínio) e, já no Estado do Rio, segue por Lages, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e, em Campos, deságua no Paraíba do Sul. As quatro últimas cidades poderão também ter o fornecimento de água suspenso, segundo a Defesa Civil. Para tentar acelerar a diluição da lama, que se estende por 70 quilômetros do rio Muriaé, entre Miraí e Lage, no noroeste do Rio, o governo do Estado solicitou que três hidrelétricas mineiras abram suas comportas.
Diante dos danos causados pelo desastre, a Procuradoria Geral do Estado informou que vai entrar com uma ação penal contra a empresa responsável pelo acidente, a mineradora Rio Pomba Cataguases Ltda, requerendo indenização.
“O volume de lama carregado é tão grande que a água em Miraí, onde ocorreu o vazamento, está pastosa. Moradores da região relataram que toda a fauna do rio Muriaé foi dizimada, pois a lama, mesmo que não seja tóxica, altera o pH da água, reduzindo o oxigênio”, explicou o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Carlos Alberto de Carvalho, informando que a barragem da mineradora, com capacidade para comportar 3 milhões e 800 mil metros cúbicos de lama, já foi reforçada.
Já a Defesa Civil de Minas Gerais avaliou que não há qualquer perigo de contaminação da água, pois os donos da mineradora garantiram que o resíduo da bauxita não é tóxico. Para Carvalho, que participou de reunião com os proprietários, é preciso, porém, comprovar o que foi dito. “Eles dizem que a lama não é tóxica, mas queremos fazer uma análise para confirmar isso. Estão minimizando o problema”, observou o coronel, que sobrevoou na área atingida.
Técnicos da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) coletaram amostras da lama que atingiu o rio para identificar a toxicidade, e, assim, estimar os possíveis prejuízos ao meio ambiente.

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