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terça-feira, 22 de julho de 2025

Delegacia da Mulher registra aumento nas denúncias

08/03/2006 17h17 – Atualizado em 08/03/2006 17h17

Daniela Galli

Há três anos à frente da Delegacia da Mulher, a delegada Magali Corsatto tem desempenhado um papel atuante na cidade. Por isso os casos de violência contra a mulher têm sido punidos com rigor.Desde que Magali assumiu, o número de denúncias aumentou, em média, 10% em cada ano. As principais queixas são de ameaça e lesão corporal leve. Ela revela que há uma falha na lei que conceitua as lesões. “Temos explicação apenas do que é uma lesão grave ou gravíssima, um soco, por exemplo, é considerado pela lei, algo leve”.Sobre o perfil da mulher agredida, Magali acha difícil definir como é a vítima. “A violência não escolhe classe social, grau de conhecimento, idade ou cor”, explica e acrescenta que os agressores seguem as mesmas características. “A única diferença é que as mulheres que pertencem às classes sociais mais elevadas não recorrem à DDM, pois dispõe de outros meios legais”.TIPOS DE VIOLÊNCIAEm meio a tantos boletins de ocorrência, Magali diz que não se pode esquecer que ofensas com palavras de baixo calão ou forçar a ter relações sexuais também são crimes. Em relação ao alcoolismo, a delegada revela que se trata de uma “desculpa”. “Nem todos os homens que bebem agridem e, quando isso acontece, o dono do bar e os companheiros não são agredidos e sim aquela que não tem como se defender”.O “berço” da violência é cultural, segundo Magali. “Fomos educados em uma sociedade onde o homem pode tudo e a mulher não pode nada; a tão sonhada igualdade está muito longe de acontecer”. Por mês, cerca de 90 ocorrências chegam aos conhecimentos da DDM. O aumento nas denúncias, na opinião da delegada, se deve à maior conscientização das mulheres e da presença de diversas DDM no Brasil. “A imprensa também tem um papel importante, pois tem divulgado os direitos das mulheres”, acrescenta. O aumento das vagas femininas no mercado de trabalho e do nível de conhecimento também são fatores relevantes.DIA DA MULHERMesmo com a violência tão presente no dia a dia das mulheres, Magali afirma que temos motivos para comemorar o dia oito de março. “Já temos mulheres à frente do Superior Federal e isto é uma grande conquista”. Atualmente nem a constituição é mais tão machista. Em relação ao Dia Internacional da Mulher, Magali ressalta o papel importante da auto-estima feminina. “A mulher precisa acreditar em si mesma, por que ela é e sem deixar de ser doce”, finaliza.

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