11/03/2006 10h54 – Atualizado em 11/03/2006 10h54
O Dia
Laudo da Defesa Civil de Nova Iguaçu (RJ), divulgado ontem sobre o desabamento do telhado da creche Santo Antônio, ocorrido na última quinta-feira, concluiu que a queda do telhado foi causada devido a ação de cupim na madeira de sustentação dos caibros. No acidente, 17 crianças ficaram feridas – três permanecem em estado grave. De acordo com o laudo, a cobertura, com o passar do tempo, apresentou deteriorações em alguns pontos, flexionando a madeira, sem que se pudesse ver à distância devido à proteção de verniz.
“Não há qualquer hipótese de se presumir um possível desabamento”, diz o documento.
Das 17 crianças feridas, três continuam internadas: Márcia Alves dos Santos, Vitória Figueiredo Silva e Jenifer Leusiane Vieira da Silva, todas de 4 anos. Márcia e Vitória estão no Hospital da Posse e, de acordo com boletim médico, o estado de saúde delas é estável, mas sem previsão de alta. Jenifer, que está no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, continua internada a UTI infantil, mas apresenta melhoras. Elas sofreram traumatismo craniano.
Segundo o engenheiro da Defesa Civil, Veriato Augusto Batista Neto, para ajudar na sustentação são colocados cabos de aço atualmente. Mas como a obra é antiga, foram colocados ferros, que devido à corrosão, não aguentaram o peso das telhas.
“É um fato que não podemos culpar as pessoas da creche, porque quem não é técnico não percebe a diferença na estrutura”, afirmou Veriato. De acordo com o padre Vilcelane Vaz Mourão, a última reforma no prédio foi feita há aproximadamente três anos.
Crea: obras dentro do padrão
Inspetores do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), que estiveram ontem na igreja, afirmaram que a obra está dentro dos padrões técnicos e que a reforma está dentro do período de manutenção. “Foi uma obra bem feita, bem calculada e bem planejada, caso contrário já teria caído há mais tempo”, disse o arquiteto Manoel Carlos. Ele fotografou o local e disse que divulgará um laudo em 15 dias.
O delegado da 58ª DP (Posse), Roberto Cardoso, disse que não ficou caracterizado a intenção de ninguém no desabamento e que aguardará os laudos da Defesa Civil, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e dos hospitais sobre as vítimas para decidir o tipo de processo que dará prosseguimento.