11/03/2006 11h12 – Atualizado em 11/03/2006 11h12
Correio do Estado
Além da Nova Global Importação e Exportação Ltda., empresa de “fachada” sediada em Campo Grande acusada de liderar um esquema nacional de contrabando, no qual mais de US$ 14 milhões em mercadorias foram importadas ilegalmente num período de seis meses entre 2004 e 2005, o advogado Beline José Salles Ramos, preso na última quinta-feira em Vitória (ES), também é proprietário de outras nove empresas em Mato Grosso do Sul. Todas elas estavam sediadas em Três Lagoas e Campo Grande.O advogado capixaba, que foi preso temporariamente na última quinta-feira durante a Operação Esfinge da Polícia Federal, era dono da SR Ambar Mineradora, da SR Nova Geração de Energia, da SR Global Construtora, da SR Blue Seas Importação e Exportação de Petróleo, da SR Bioenergia e Óleo Refinery, da SR By Logística, e da Salles Ramos Óleo Delivery, todas sediadas em Três Lagoas. Em Campo Grande ainda funcionariam a SR Condor Importação e Exportação e a SR Cattle and Seed Agropecuária.Todas estas empresas foram criadas na forma de companhias limitadas, nas quais Salles Ramos tinha diferentes sócios. Estas companhias atuavam nos setores de transportes, energia, mineração, petróleo, bioenergia, agropecuária, e trades de importação e exportação. A Polícia Federal não informou se estas nove empresas estavam ligadas ao esquema da Nova Global, que conforme as informações apuradas em inquérito da PF, distribuía produtos contrabandeados para outras 299 companhias situadas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.Benefício fiscalAlém de Salles Ramos, outras 17 pessoas foram presas durante a Operação Esfinge. Em Campo Grande, os policiais detiveram o fiscal de renda Wilson Marques, 62 anos. A Nova Global, conforme a Polícia Federal, funcionava com até 90% de isenção de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), benefício obtido do Governo do Estado.Informações da Secretaria Estadual de Produção e Turismo (Seprotur) dão conta de que a Nova Global ficou em 10º lugar entre as empresas que mais importaram em 2005. Foram mais de US$ 3 milhões, que equivalem a pouco mais de 1% do total de importações realizadas no Estado no ano passado.