17/03/2006 08h45 – Atualizado em 17/03/2006 08h45
BBC Brasil
Uma mulher foi condenada a 35 anos de prisão por um tribunal de Nova York (EUA) por coordenar uma quadrilha de tráfico de imigrantes que levava chineses para os Estados Unidos. Cheng Chui Ping comandava um esquema milionário que transportou centenas de imigrantes ilegais para os Estados Unidos em navios de carga. Durante uma operação em 1993, um dos navios encalhou na costa norte-americana e dez pessoas morreram. Cheng, de 57 anos, foi condenada por crimes que incluíam conspiração para traficar pessoas e lavagem de dinheiro. Conhecida como Sister Ping, ou Irmã Ping, Cheng pediu, durante mais de uma hora, para que o tribunal não desse uma pena muito dura, dizendo que ela era uma imigrante trabalhadora que amava os Estados Unidos e que tinha sido aterrorizada por gangues de Chinatown. O juiz Michal Mukasey descreveu o discurso dela como “simplesmente incrível” e a condenou à pena máxima de prisão permitida por lei. Ele disse que ela havia explorado pessoas que estavam desesperadas por uma vida melhor – transportando-as em condições desumanas e usando gângsteres violentos para coletar dívidas. Resgate Os promotores afirmaram que Cheng é uma das maiores traficantes de pessoas de todos os tempos. Além do Golden Venture, o navio de encalhou na costa de Nova York em 1993, os promotores disseram que Cheng também financiou a viagem de um outro navio que virou na costa da Guatemala mantando 14 pessoas. O advogado de Cheng, Lawrence Hochheiser, disse que a condenação foi um erro e que a única participação dela na operação realizada pelo Golden Venture foi apenas emprestar dinheiro para as pessoas que, na realidade, eram responsáveis pelo tráfico. Cheng, que foi presa em Hong Kong em 2000 depois de passar seis anos como fugitiva, irá apelar contra a decisão do tribunal. Uma outra acusação contra ela ainda está pendente – a de que a operação mantinha reféns e exigia o pagamento de resgates. No ano passado, jurados não conseguiram decidir se ela era culpada dessa acusação. Um novo julgamento deverá ser marcado.





