22/03/2006 15h41 – Atualizado em 22/03/2006 15h41
Midiamax News
O juiz Ivo Salgado da Rocha, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, indeferiu os pedidos de relaxamento de prisão e de concessão de liberdade provisória para Maria Batista de Souza Silva, 49 anos, detida no dia 14 de março por tentar comprar um dos bebês gêmeos de Leolina dos Santos, 31 anos. O juiz considerou a gravidade do caso e o fato da mulher não ter comprovado dados como endereço, profissão, estado civil e se é mãe de três filhos como havia alegado. Na decisão proferida no dia 20 de março, Ivo Salgado avalia que, “embora a requerente não registre antecedentes, também não comprovou satisfatoriamente as condições pessoais que indicou desde a primeira abordagem pelo policial militar e durante a lavratura do auto de prisão em flagrante, como endereço, ocupação lícita, estado civil de casada e de mãe de três filhos”. O endereço dado por Maria Silva – Rua Jaime Costa, 372, no bairro Buriti, em Campo Grande – foi verificado pela PM e uma vizinha informou que ali mora uma mulher identificada apenas como Elza, que recentemente voltou de Portugal. “Ora, a requerente que se diz casada e mãe de três filhos, e até agora não deu prova dessa condição, não pode ser desconhecida de uma vizinha da casa da frente”, avaliou o juiz, acrescentando ainda que também é necessário apurar as “condições pessoas” de Elza, por ser a pessoa que “forneceu a declaração absolutamente inútil que foi juntada na f. 26 dos autos, sendo que a declarante sequer se qualifica, com endereço, profissão, estado civil”. O magistrado contesta a qualificação profissional – agente-administrativa – “como se tal atividade pudesse ser exercida de forma autônoma”. Por não preencher os requisitos básicos para concessão do benefício, a Justiça indeferiu tanto o pedido de relaxamento de prisão, como o de concessão da liberdade provisória. No dia 13 de março, Maria Batista apresentou-se para a dona de casa Leonina dos Santos, oferecendo dinheiro para ficar com a menina do casal de gêmeos de três meses de idade. A justificativa apresentada por Maria é que Leolina já era mãe de dez filhos e não teria condições de ficar com as crianças, sendo que uma assistente social iria tomar os bebês com essa justificativa. Na época, a filha de Leonina, Adriana dos Santos, 17 anos, lembrou que Maria disse que “um casal rico estava querendo comprar um bebê porque tinham perdido o filho deles”. Na manhã do dia seguinte ela voltou para saber a resposta de Leonina que recusou a oferta e, assustada, acionou a Polícia. No período da tarde, Maria foi presa na casa do irmão, no bairro Buriti. Na manhã do dia seguinte, Maria Silva tentou fugir pulando da viatura da Polícia Civil que a levava para a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e acabou sofrendo diversas escoriações. Em virtude da gravidade dos ferimentos, ela ficou internada na Santa Casa até o dia 20 deste mês, quando foi transferida para o Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, onde se encontra presa.




