28/03/2006 17h05 – Atualizado em 28/03/2006 17h05
RMT online
A juíza da 12ª Vara Criminal, Maria Aparecida do Fago, encaminhou à Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) a fita cassete e o CD apresentados pela defesa de João Arcanjo Ribeiro, na última sexta-feira, para a perícia. A juíza determinou que o material seja transcrito e periciado num prazo máximo de 10 dias. Segundo o advogado do ex-bicheiro, Zaid Arbid, a fita contém uma conversa entre a empresária Karine Ricci e uma outra pessoa, identificada como amante da empresária, que aponta quem seria o verdadeiro mandante do assassinato de Sávio. “É filho de uma autoridade do Poder Judiciário”, afirmou o advogado.A defesa também apresentou fotos e documentos de um terreno adquirido pelo delegado e que, segundo Zaid, foi comprado após a morte do empresário. Além disso, o advogado questionou Luciano sobre a construção de uma casa, no referido terreno, em um luxuoso condomínio residencial de Cuiabá. O DelegadoLuciano Inácio, que presidiu o inquérito sobre a morte de Sávio Brandão, informou ao RMT Online que adquiriu o terreno no dia 5 de setembro, portanto, antes do crime que aconteceu no dia 30 de setembro de 2002. “Eu comprei esse terreno parcelado em 24 vezes e não tenho conhecimento que aquelas terras perteciam à algum membro da família Brandão”, como sugeriu o advogado de Arcanjo. “Para construir a casa eu tive que fazer um refinanciamento. Tenho os documentos que comprovam”, afirmou.Inácio disse que agora vai aguardar a perícia determinada pela juíza Maria Aparecida do Fago, para que possa tomar alguma providência. “Eu nunca ouvi falar da existência dessa fita e, se tivesse chegado nas minhas mãos, eu teria investigado, assim como fiz com todas as outras denúncias, inclusive anônimas”.A Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento disciplinar para averiguar a denúncia. O prazo para a conclusão é de 30 dias.Ministério PúblicoO promotor criminal José Augusto Veras Gadelha, que acompanha o processo de julgamento do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, apontado como mandante da morte do empresário Sávio Brandão, refutou o conteúdo da fita e do CD que supostamente mudaria o foco das acusações.”Para mim esta é mais uma artimanha da defesa do senhor Arcanjo. Não há nada que comprove materialmente o envolvimento de outras pessoas nesse crime”, afirmou o promotor. “A estratégia da defesa é desviar o foco das acusações, trazendo à tona fatos irrelevantes ao processo”, sustenta.Gadelha, juntamente com a Juíza da 12ª Vara Criminal, Maria Aparecida Ferreira Fago, ouviu o conteúdo do CD na última sexta-feira, após o fim de uma das audiências do processo. “Não acredito em reviravolta já que o conteúdo não demonstra vínculo algum entre os pistoleiros e as pessoas citadas na gravação”, adiantou.Sobre esse fato, o promotor disse que o defensor do ex-policial civil, Zaid Arbid, não informou como a fita e o CD foram conseguidos, porém irá aguardar o depoimento da empresária no dia 19 de abril para os fatos levantados serem esclarecidos.Karine RicciA empresária já emitiu nota oficial dizendo que não vai se manifestar sobre a fita enquanto não tiver acesso oficial à ela, quando poderá conhecer o teor do diálogo imputado a si e a terceira pessoa. Entretanto, a empresária repudia o seu envolvimento no caso, esclarece que não autorizou a inclusão do seu nome do rol de testemunhas de defesa de João Arcanjo Ribeiro, e pede providências para se apurar se, de fato, teve seu sigilo telefônico violado ilegalmente.Karinne Ricci disse ainda que não autorizou sua convocação como testemunha de Arcanjo e que só se manisfestará se for intimada pela justiça.




