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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Correios lança primeiro selo de 2006

29/03/2006 16h12 – Atualizado em 29/03/2006 16h12

RMT online

O Correios deu início aos lançamentos filatélicos de 2006. O primeiro selo do ano, que foi lançado na segunda (27) no Rio de Janeiro, é uma homenagem à arte do Grafite. Os selos enfatizam elementos que, em linhas gerais, despertam o interesse dos que se dedicam à arte do grafite, como o turismo e os costumes inspirados na cidade do Rio de Janeiro. Um dos selos apresenta o grafiteiro desenhando com spray, de forma estilizada, o Pão de Açúcar, um dos ícones turísticos da cidade. Outro selo apresenta personagem característico da cidade, o sambista, no calçadão de Copacabana, e o terceiro apresenta o menino na favela, soltando pipa. No canto inferior direito dos selos, a logomarca da Lubraprex 2006 – Exposição Filatélica Luso-Brasileira, que acontecerá este ano no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, de 30 de outubro a 5 de novembro. O Grafite – A essência do grafite está nas ruas. Trata-se de um movimento organizado nas artes plásticas, em que o artista aproveita e intervém em espaços públicos por meio de uma linguagem própria, demonstrando sua forma de ver o mundo e criando uma nova identidade visual em territórios urbanos. O grafite, segundo alguns pesquisadores, teria surgido na pré-história, sendo considerado a arte e a forma de escrita mais antiga do mundo. O homem, por intermédio de gravuras, narrava nas paredes rituais de caça, protestos, profecias e acontecimentos públicos. Milhares de anos depois, no final dos anos 60 e início dos anos 70, jovens excluídos da cidade restabeleceram a arte urbana em Nova York, demarcando territórios com tintas spray. Ainda nos anos 60, o grafite ganhou força por meio de manifestos na França e na Itália e, também, reapareceu nos EUA denunciando a violência dos guetos, a falta de oportunidades e a opressão. Ainda nessa época, a arte foi redescoberta por negros e latinos dos guetos nova-iorquinos, que pintavam seus nomes e personagens em vagões de trem e de metrô, paredes de linhas férreas, prédios abandonados, becos etc. No Brasil, o grafite surgiu durante a década de 60 e logo se espalhou pelas capitais brasileiras, assumindo um estilo próprio com influência barroca, retratando e questionando a realidade social do país, ao contrário da Europa, que segue um estilo contemporâneo de formas em mega-produções de painéis, e da América do Norte onde se utiliza letras expressivas com formas aleatórias.Nos anos 80, diante de problemas sociais e políticos, muitos se organizaram em grupos (que se formaram na década de 70, mas explodiram em 80), demarcando territórios em “Tags” (assinaturas feitas com marcador, spray ou rolo) ou “Throw-ups” (pintura rápida sobre qualquer superfície, utilizando duas ou três cores). No entanto, como queriam também produzir desenhos com qualidade estética, com o passar do tempo tiveram seus trabalhos reconhecidos pelo público, o que levou o grafite ao status de obra de arte. Para muitos, o grafite não pode ser comparado à arte dos verdadeiros “Writers” (grafiteiros), que usavam esses e outros modelos de grafite como uma forma inteligente de protesto e/ou lazer. Essa discussão não impede o crescimento do trabalho desses artistas, que fazem dos muros e fachadas uma galeria a céu aberto e vêm estabelecendo relações com as artes contemporâneas e com a indústria do entretenimento, criando novas frentes de trabalho por meio dessa arte que globaliza a realidade urbana das cidades, que se torna imensos painéis nos quais o homem pode pintar seus variados sentimentos e emoções.Os selos desta emissão mostram que o grafite pode percorrer o mundo divulgando o que de mais expressivo existe nos grandes centros urbanos, como a Cidade do Rio de Janeiro. O Grafite impressiona por sua capacidade de tornar a arte tão verdadeira quanto a própria vida.

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