01/04/2006 15h31 – Atualizado em 01/04/2006 15h31
Estadão.com
HAVANA – Opositores esperam que o governo cubano encontre uma “saída humana” para o caso de Guillermo Fariñas, enquanto familiares advertiram sobre seu “alarmante” estado de saúde na véspera de completar dois meses da greve de fome que o ativista está fazendo para conseguir o acesso livre à Internet.”Estamos pedindo ao governo que responda positivamente ao pedido de Fariñas. Que dê uma saída humana para a situação, pois o que ele pede é razoável, mas não há nenhum sinal”, disse à ANSA Elizardo Sánchez, da Comissão de Direitos Humanos e da Reconciliação Nacional.”Tememos por sua vida”, acrescentou Sánchez que, paralelamente, confirmou que o opositor Juan Carlos Herrera, do grupo dos 75 presos em março de 2003, depôs no início da semana uma medida similar que cumpria desde o 4 de março.A organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras também alertou esta semana sobre o estado de Fariñas e pediu “um gesto humanitário” ao governo de Fidel Castro que considera a oposição “mercenária” e “contra-revolucionária”.Fariñas, psicólogo de 43 anos e diretor da agência independente Cubanacán Press, ilegal para Havana, tomou esta atitude em 31 de janeiro na província de Villa Clara, centro do país, em protesto porque foi proibido de usar a Internet.Grande parte dos cubanos precisam de acesso à rede apesar de que muitos usam correio eletrônico em uma versão limitada de “intranet”, regulada pelo governo, em trabalhos e escolas.O jornalista independente está internado há dias no Hospital Universitário “Arnaldo Milián Castro” de Santa Clara, a capital provincial, onde recebe soro e medicamentos.”Estou rezando todos os dias e pedindo que pare com essa greve”, contou Alicia Hernández, mãe do ativista, que disse que ele está pesando 50 quilos, 20 a menos do que pesava”, contou.As limitações relacionadas à internet se devem, segundo as autoridades, ao alto custo das conexões assim como a impossibilidade de instalar cabos submarinos de telecomunicações por causa do bloqueio norte-americano, já que passariam pela sua costa.Condenado em outubro de 2002 a seis anos e dez meses de prisão, Fariñas foi posto em liberdade com uma licença extra penal por razões de saúde 14 meses depois. O ativista fez várias greves de fome em outras ocasiões.





