01/04/2006 16h39 – Atualizado em 01/04/2006 16h39
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ameaça da Dodge RAM e a desvalorização do dólar fizeram a Ford se mexer para não perder terreno num território que tem sido dela há um bom número de anos: o de picapes grandes. Depois que a GM desistiu de fabricar a Silverado no Brasil, a outra gigante americana ficou com a exclusividade do mercado, dando-se inclusive ao luxo de não oferecer tração nas quatro rodas para a F-250. Com a chegada da concorrente, fabricada no México e trazida ao país sem imposto de importação, a empresa do oval azul resolveu se mexer. E se mexeu bastante.Em primeiro lugar, atendeu aos pedidos de muitos dos consumidores-alvo da picape: incorporou a ela a tração nas quatro rodas. Isso porque não se vê uma máquina dessas na cidade, mas sim no campo, onde as estradas nem sempre são boas e chuvas e riachos as tornam ainda piores.Atender ao consumidor foi extremamente conveniente para a Ford. Primeiro, porque preencheu uma lacuna que não precisava ter ficado tanto tempo vazia, ainda mais considerando que a empresa exportava uma versão com esse tipo de tração para a Austrália. Segundo, porque essa mesma exportação caiu demais devido à valorização do real diante da moeda norte-americana, transformando o modelo fabricado em São Bernardo do Campo um negócio menos atraente. Se o mercado externo não compra, o interno sempre quis comprar.Na linha 2007, apresentada na belíssima Serra Gaúcha, as novidades se mostraram ainda maiores do que apenas a tração. Outra mudança importante foi de motor, ainda que ela possa não agradar a todos os compradores. Em vez do 4,2 litros MWM de seis cilindros, entrou um 3,9-litros Cummins de quatro cilindros, 16V e a injeção de diesel por galeria única, mais conhecida por common-rail. Em números absolutos, a troca parece bastante vantajosa. São 203 cv a 2.900 rpm e 56 kgfm de torque a 1.500 rpm, contra os respectivos 180 cv a 3.400 rpm e 51 kgfm a 1.600 do MWM. A velocidade máxima é limitada em 160 km/h por questões de segurança. O peso bruto total de todas as versões da picape vai de 3,99 a 4,05 toneladas. A limitação pode parecer estranha, já que as relações de marcha também foram todas aumentadas e o diferencial passou de 4,11:1 para 3,55:1, tanto na frente quanto na traseira, o que tanto favorece o consumo quanto a velocidade máxima. Aqui é que vem a explicação do possível desagrado de alguns consumidores: por ter quatro cilindros, o motor Cummins gira menos que o MWM. A faixa vermelha de rotação surge a partir dos 3.000 rpm, enquanto o motor anterior girava fácil até os 4.500 rpm. Por conta disso, o Cummins tem de fazer o mesmo que o antigo fazia numa rotação bem mais baixa.Pode ser que alguns não gostem, mas o perfil típico dos compradores, que apreciam um carro que gaste pouco e seja silencioso, será perfeitamente atendido. Além de gastar menos, o novo motor é menos rumoroso e tem uma autonomia de até 1.000 km em estrada, segundo a Ford. O tanque contribui para isso: passou de 98 litros para 110 em todos os modelos.O preço estimado será de R$ 93 mil para a versão com cabine simples e R$ 120 mil para a cabine dupla com tração 4×4. A nova F-250 chega às concessionárias da Ford em maio.





