05/04/2006 17h16 – Atualizado em 05/04/2006 17h16
Diário MS
A juíza da 1ª Vara Criminal de Dourados, Dileta Terezinha Souza Thomaz, decretou ontem a prisão temporária do cacique Carlito de Oliveira, 58,líder dos guaranis-caiuás que moram em um acampamento instalado na fazenda Campo Belo, em Porto Cambira, a 20 km do centro de Dourados. O índio é acusado de comandar a emboscada a três policiais civis, sábado à tarde. Os agentes Ronilson Bartie, 36, e Rodrigo Lorenzatto, 26, foram mortos a tiros, pauladas e facadas e Emerson Gadani, 33, ficou gravemente ferido. Ele está internado no Hospital Evangélico. Segundo o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), cinco dos seis índios que foram presos no fim de semana confessaram participação nos crimes e apontaram Carlito de Oliveira como mandante do ataque aos policiais. Entre os acusados que teriam incriminado o cacique está seu filho, Lindomar Brites de Oliveira. O sexto índio preso nega participação na emboscada e alega que estava pescando no momento dos assassinatos. Assim como os outros cinco acusados, ele foi autuado em flagrante por duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio. O delegado regional da Polícia Civil, Nazih el Kadri, informou que a prisão de Carlito foi solicitada pela delegada que conduz o inquérito, Magali Leite Cordeiro Pascoal. A prisão temporária tem validade de 30 dias. A juíza da 1ª Vara Criminal também decretou a prisão de outros cinco índios, cujos nomes não foram revelados. Do grupo, apenas um foi preso, na tarde de terça-feira. Ermínio Romeiro, 40, foi localizado nas proximidades do acampamento indígena. Segundo o delegado regional, Ermínio Romeiro alegou que não participou da emboscada aos policiais. Ele teria dito no interrogatório que assistiu as agressões contra os policiais e que se apossou de uma das armas dos agentes – um revólver calibre 38 niquelado. Entretanto, segundo Nazi el Kadri, Ermínio alega que a arma foi tomada de suas mãos pelo índio Paulino Lopes, que foi preso no domingo. Ele foi indiciado e encaminhado para a carceragem da Polícia Federal, onde os outros seis índios estão presos. A polícia continua realizando buscas na região para tentar prender Carlito e os outros quatro índios foragidos. Na terça-feira as investigações foram feitas na aldeia Bororó. Na terça de manhã, durante o protesto de familiares dos mortos e policiais civis, em frente ao MPF (Ministério Público Federal), o capitão da aldeia Jaguapiru, Renato de Souza, denunciou que Carlito estaria escondido na Bororó. Entretanto, a polícia não encontrou pistas do cacique no local. Com a prisão de Ermínio Romeiro, estão recolhidos na Polícia Federal os índios Paulino Lopes, Jair Aquino Fernandes, Valmir Júnior Savala, Márcio da Silva, Lindomar Brites Oliveira, e Sandra Arévalo Savala. A mulher foi flagrada com a pistola de um dos policiais mortos no massacre.




