10/04/2006 08h17 – Atualizado em 10/04/2006 08h17
Terra
Policiais e admiradores do Caveirão, veículo blindado utilizado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, divulgam mensagens de violência e desafio à marginalidade em fotologs e páginas pessoais e de comunidades no Orkut, enquanto ONGs e entidades de defesa dos direitos humanos defendem em campanhas na rede o fim do uso do veículo. O comandante do 22º BPM (Maré), tenente-coronel Ruy Loury, afirmou que as mensagens violentas não devem partir de profissionais da área de segurança. Informado do fato pelo jornal O Globo, ele prometeu apurar com rigor. “Sou radicalmente contra esse tipo de comportamento. Infelizmente, desequilibrados existem em todas as profissões. A PM tem o dever de zelar pela segurança da sociedade e não fazer ameaças”, disse. Numa página da Internet que exalta o uso do Caveirão aparecem imagens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), uma das unidades que usam o blindado. Para o tenente-coronel Mario Sérgio, comandante do Bope, o uso da imagem da corporação para divulgação de idéias particulares é irregular. “O policial tem direito ao uso da própria imagem, mas não da imagem do Bope. Já tinha conhecimento dessas páginas na internet e os policiais que forem identificados serão punidos”, afirmou. Numa página do Orkut de um homem que se apresenta como motorista do Caveirão do 22 BPM, são exibidas fotografias do interior do veículo e da parte externa crivada de balas, ao lado das fotos de sua famíliam, informou o jornal. Numa das imagens, diversos policiais aparecem dentro do veículo e a legenda da foto é provocativa: “Nosso brinquedinho visto por dentro. Olha quantos fuzis. Será que tu agüenta?” Em outra imagem, o autor da página aparece ao volante do blindado: “Olha o piloto, não pára nem com bomba atômica!”.