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domingo, 24 de agosto de 2025

Cerca de 32,6% das crianças com Aids em MS morrem

11/04/2006 16h16 – Atualizado em 11/04/2006 16h16

RMT Online

Mato Grosso do Sul ocupa o 13º lugar em número de pessoas com AIDS no Brasil, com 2993 casos notificados até julho do ano passado. Neste índice 132 crianças foram infectadas com o vírus desde a primeira epidemia no país, em 1984. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde 32,6% destes pequenos pacientes morrem, especialmente, por falta de cuidados qualificados dos responsáveis.Para a coordenadora do Programa Estadual das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS), Vera Lucia Silva Ramos, as infecções oportunistas são as maiores vilãs dos portadores do vírus. Ela explica que crianças que não recebem atendimento qualificado no lar, como alimentação e uso do coquetel corretamente, estão sensíveis às doenças oportunistas que podem levar a morte. “O número de vítimas por estas infecções é maior na infância do que na fase adulta”, ressalta a pesquisadora, frisando o importante papel dos cuidadores. Gestação – No Estado 95,45% dos casos de AIDS em crianças ocorreram por transmissão materna durante a gestação. É a situação de JH, 6 anos, que passa a semana no “Lar das Crianças”, onde recebe atendimento educacional, cultural e medicamentoso. Ela sonha um dia ser bailarina e com um mundo sem violência e guerras. O pai, Rosalvo Machado, explica que se não existisse o Lar das Crianças, sua filha não teria nenhuma chance contra a doença.A psicóloga Ângela Lapa Coelho, afirma que o prolongamento da vida das crianças com AIDS está ligada a presença de uma estrutura física e familiar adequada. Para ela o vírus é um problema que se agrava conforme a questão social. A presidente do Grupo de Apoio às Portadoras do HIV e Familiares, Rosângela Pereira da Rocha, concorda com a psicóloga, mas acrescenta que a doença vem cresce na periferia e que muitas famílias não têm condições de fazer um tratamento adequado.Ângela Coelho explica ainda que quando as crianças possuem uma infra-estrutura, podem dar continuidade a vida. “No início da epidemia havia uma visão muito negativa da situação e hoje, vejo as crianças crescerem se desenvolverem. Não há diferenças, são crianças iguais a quaisquer outras”, ressalta.Experiência – Cláudia Ferreira tem uma filha portadora do vírus HIV e quando engravidou pela segunda vez entrou em depressão por acreditar que seria mais uma criança infectada. Ao fazer consultas médicas descobriu que a doença poderia ser negativada na criança caso houvesse o tratamento necessário. Desde então, diz acreditar que a maior dificuldade de sua vida será contar à filha de seis anos que ela é soro positivo enquanto que o irmão de dois anos não possui a doença.

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