11/04/2006 13h04 – Atualizado em 11/04/2006 13h04
Pollyanna Eloy
A capacitação em metodologia em abordagem educativa promovida pelo CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) iniciou nesta terça-feira. O curso está programado para encerrar amanhã (12). O evento está sendo realizado no Centro Cultural Professora Irene Marques Alexandria. De acordo com a presidente do Conselho, Vilma Portella, a capacitação tem o objetivo de reduzir os índices de violência sexual contra crianças e adolescentes. “Os índices aumentaram muito. Queremos preparar as pessoas que trabalham diretamente com esse público. Sabemos que o problema de exploração sexual não irá acabar facilmente, mas pretendemos amenizar esse tipo de violência no município. Para que o trabalho obtenha sucesso, precisamos de pessoas preparadas e capacitadas”, explicou. A capacitação tem como público alvo, profissionais do CMDCA, Conselho Tutelar, Programa Sentinela, Assistentes Sociais, Promotoria da Infância e Juventude e a Unei (Unidade Educacional de Internação). Em 2004 foi realizada a capacitação “Rompendo o Circulo da Violência”. CASOS DE EXPLORAÇÃODe acordo com o presidente do Conselho Tutelar, Marcelo Pena, em 2000, o conselho registrou 20 casos de exploração. Já em 2001, foram contabilizados 32 abusos. Em 2002, houve a denúncia de 56 casos. Em 2003, houve uma considerável redução nos casos, sendo registrado 31 abusos. Já em 2004, os casos de exploração sexual voltaram a crescer passando para 47. 2005 foi ano em que mais se registrou casos de exploração, com o total de 69 casos. “Esse ano não está muito diferente do ano passado, pois apenas nos três primeiros meses, já registramos 17 casos. O mais assustador é que a faixa etária de crianças exploradas é de dois a oito anos”, relatou Pena. Ele informou que a maioria dos casos de exploração ocorre dentro da família e na sociedade. “Só no ano de 2005, 32 abusos foram praticados por pessoas da família, sendo que 10 casos, o próprio pai cometeu o abuso, oito foram cometidos por tios e cinco casos foram por padrastos. Na sociedade, houve o registro de 24 casos”, finalizou o conselheiro.