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domingo, 24 de agosto de 2025

Gás boliviano sofre racionamento

11/04/2006 09h20 – Atualizado em 11/04/2006 09h20

Bom Dia MS

A redução na importação do gás boliviano, causada pelo rompimento de um duto, na Bolívia, foi um dos assuntos discutidos em uma reunião, ontem, entre o governador Zeca do PT e os secretários de estado. A preocupação é com uma queda ainda maior na arrecadação de ICMS. O encontro de trabalho serviu também para definir onde o governo deve cortar gastos para conseguir pagar os salários em dia. O Governador Zeca do PT alegou como fundamento da crise as quedas no faturamento agropecuário e também o racionamento do gás natural veicular (GNV) que pode causar uma redução de 20% na arrecadação de ICMS.Segundo o Diretor-presidente da Ms-gás, Maurício arruda, foi feita uma reunião em Brasília e criada uma expectativa de contingenciamento entre as agências de regulação estaduais, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Petrobrás. A expectativa era chegar ao final de semana com um patamar de 15 milhões de metros cúbicos dia. “De 26 reduziu para 21 e chegaria a 15, a previsão era que começasse a vigorar à partir das zero hora de hoje”, diz o diretor.Estava prevista uma redução de 51% para as refinarias da Petrobrás,72% para as termelétricas e 9,3% para os setores comerciais, industriais e de GNV. O diretor explica que o que aconteceu na verdade foi o rompimento de um oleoduto em uma região chamada San Antônio que é uma das principais fornecedoras do Gasbol, ou seja, o problema não é diretamente no Gasbol, mas sim em outro duto que leva o gás à refinaria para ser preparado e depois injetado no Gasbol.O rompimento foi causado por chuvas muito fortes que ocorreram na região do Chaco e quando os técnicos da Petrobrás Bolívia se deslocaram para realizar o concerto do oleoduto, houve uma manifestação social que impediu o acesso dos técnicos até o local que necessitava de reparos. “Isto aconteceu na terça, quarta, quinta, sexta e só sábado à tarde, através da intervenção do governo boliviano, é que foi possível que os técnicos começassem a recuperar esta tubulação”, conta Arruda.Segundo ele, por causa do acesso dos técnicos ao local dos danos é que foi postergado o racionamento até na quinta-feira. Ainda segundo ele o fornecimento de gás para as termoelétricas do Estado foi interrompido em 100% na quarta, quinta e sexta-feira. Antes do problema estavam consumindo 2,322 milhões que foram reduzidos a 52 mil. A termelétrica representa 92% do consumo de gás natural em nosso Estado. A de Campo Grande por ser biconbustível passou imediatamente a operar com óleo diesel.As demais pararam de gerar energia elétrica, mas isto já estava restabelecido ontem com uma capacidade de geração em torno de 90%. Quanto aos impasses causados por declarações do governo vizinho de que irá reestatizar as Petroquímicas, o diretor afirma que o governo brasileiro elegeu a Petrobrás para tratar do caso por imaginar que este seja um caso restritamente comercial. Segundo Maurício Arruda dois diretores da empresa foram até a Bolívia a cerca de 30 dias atrás e se esperou uma posição daquele governo para se formar um grupo técnico pelos dois países para iniciar uma negociação. “Infelizmente a Bolívia não procedeu desta forma e apenas na viagem recente de Evo Morales ao Brasil foi que ele disse que irá criar uma comissão de alto nível para tratar do caso”, lamenta. O diretor pensa que ainda nesta semana o entendimento iniciará em uma reunião marcada para acontecer no Rio de Janeiro. Segundo o diretor, ambos os paises precisam um do outro. A Bolívia exporta 60% de seu gás para o Brasil e o Brasil, por sua vez, tem a aplicação do gás boliviano em todos os segmentos. Em Corumbá, a população espera a instalação da usina termoelétrica. O local já foi escolhido, mas ainda há o impasse em relação aos efeitos sobre o meio ambiente. A usina projetada para Corumbá será o maior empreendimento do lugar. Uma usina de R$ 120 milhões com a capacidade de gerar 43 megawots de energia, capaz de manter uma cidade de 100 mil habitantes. A produção será voltada, principalmente, às indústrias mineradoras e agropecuárias.O meio ambiente é o maior entrave para se instalar uma usina no pantanal. Órgãos ambientais lutam contra a instalação e a justiça é acionada para intervir na construção. A última liminar pede que o Ibama suspenda o processo de licenciamento da construção por causa de um relatório de impacto ambiental feito por entidades não governamentais.O relatório do conselho municipal de meio ambiente foi contestado por um segundo relatório com informações diferentes e os membros ainda não estão convencidos para um ou outro lado. A instalação da termelétrica significa a geração de energia e oportunidade de investimentos industriais e geração de renda para o local.

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