19/04/2006 14h59 – Atualizado em 19/04/2006 14h59
Terra
Aos 59 anos Padre Pinto está de volta. Nesta quarta, na velha casa que em breve dará lugar a um prédio de 5 andares, ele reestréia. Com uma exposição de suas telas e instalações em homenagem ao Dia do Índio.
Num canto do ateliê, a “Instalação”. Uma máquina de costura, uma bíblia com as páginas abertas e tingidas de vermelho:
-É o sangue dos índios, mortos e colonizados com a ajuda da igreja – diz o padre, recém-afastado da igreja católica.
Em pleno verão baiano, venerado pelos fiéis e beatas do bairro, no púlpito da igreja da Lapinha Padre Pinto incorporou – “recebeu”, no dialeto dos terreiros de candomblé – uma Oxum. Escândalo. Não no bairro, que o recôncavo e a Bahia estão acostumados à convivência entre santos e orixás. Escândalo nos telejornais, nas páginas, na internet. Prato cheio: “O padre e a Oxum”. O afastamento se tornou inevitável.